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    Para economista, fim do auxílio emergencial deve aumentar a pobreza no país

    Com auxílio emergencial, renda de 13,1 milhões de brasileiros passou a superar meio salário mínimo

    Da CNN, em São Paulo

    O auxílio emergencial, criado para mitigar os efeitos da crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus, fez com que 13,1 milhões de brasileiros saíssem da camada econômica mais baixa, com renda per capita domiciliar abaixo de meio salário mínimo por mês, e subissem para a faixa intermediária, com renda entre meio e dois salários mínimos. 

    O levantamento foi realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), com dados da Pnad Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Já a camada econômica intermediária do Brasil ganhou 20,5 milhões de pessoas do final de 2019 a julho de 2020, totalizando cerca de 132,5 milhões. Isso representa 62,5% da população do país.

    A camada de brasileiros com rendimentos familiares maiores, com mais de dois salários mínimos per capita, foram afetados por demissões e redução de salários – perdendo 5,8 milhões de pessoas.  

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    Marcelo Neri
    Marcelo Neri, diretor da FGV Social
    Foto: CNN (25.ago.2020)

    Em entrevista à CNN nesta terça-feira (25), o economista Marcelo Neri, diretor da FGV Social e autor do estudo, disse que apesar de o auxílio emergencial do governo federal ter reduzido a pobreza no país, a medida não é um processo sustentável. 

    De acordo com ele, a continuidade do benefício depende diretamente da injeção de recursos, e a restrição fiscal do país “já está batendo no limite”. 

    “[O auxílio] ajuda a manter as rodas da economia funcionando, mas como temos essa restrição fiscal, em algum momento, o nível de recurso vai ter que ser baixado”, falou.

    “Com isso, é esperado uma pobreza maior do que se tinha em 2019, por exemplo, e não menor como se tem agora. Ao mesmo tempo, vamos precisar ver o futuro, o que vamos fazer”, acrescentou.

    O economista também disse enxergar que o Brasil tem uma rede de proteção social “bem estabelecida”. No entanto, afirma, é preciso pensar na saúde e educação, e não só de transferência de renda.

    (Edição: Sinara Peixoto)