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    Para CNA, europeus querem “asfixiar” agronegócio brasileiro e ainda não havia condições de fechar acordo UE-Mercosul

    Depois de semanas intensificando as negociações, Mercosul e UE desistiram de fechar o acordo nesta semana, em meio à cúpula do bloco sul-americano, que ocorre no Rio de Janeiro

    UE pediu compromissos adicionais do Mercosul em uma "side letter"
    UE pediu compromissos adicionais do Mercosul em uma "side letter" Paulo Whitaker/Reuters

    Daniel Rittnerda CNN

    em Brasília

    O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia ainda tem pontos pendentes para o agronegócio, que precisam ser esclarecidos antes de uma eventual conclusão das negociações, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

    “Ainda há pontos que precisam ser equacionados”, disse a diretora de relações internacionais da entidade, Sueme Mori.

    O presidente da entidade, João Martins, foi mais duro e afirmou que as exigências feitas pela UE ao Mercosul evidenciam um desejo de que “sejamos submissos”. Para ele, os europeus têm adotado posições para “asfixiar” o agronegócio brasileiro.

    Depois de semanas intensificando as negociações, Mercosul e UE desistiram de fechar o acordo nesta semana, em meio à cúpula do bloco sul-americano, que ocorre no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (7).

    Sueme lembrou que a UE pediu compromissos adicionais do Mercosul em uma “side letter” (protocolo adicional ao acordo) apresentada no início deste ano e aprovou uma lei antidesmatamento que contraria o Código Florestal, com risco de novas barreiras aos produtos agropecuários brasileiros.

    Para escapar dessas eventuais barreiras provenientes da nova legislação europeia, que entra em vigência no fim de 2024, o Mercosul quer garantias de um “reequilíbrio das concessões comerciais” no âmbito do acordo – se barreiras protecionistas aos produtos brasileiros forem impostas no futuro.

    “Ao negociar um acordo [de livre comércio], falamos em abertura bilateral dos mercados. Se não temos segurança de que essa abertura vai se manter, precisamos colocar isso no acordo”, explicou Sueme, referindo-se à cláusula exigida pelo Mercosul sobre o reequilíbrio das concessões comerciais.

    Para ela, não era mesmo possível fechar um acordo nesta semana. “Ainda há pontos a serem negociados antes do fechamento”, concluiu a diretora.

    Veja também: Macron se diz contra acordo entre Mercosul e União Europeia