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    Pandemia, guerra e mudanças climáticas afetam oferta de alimentos, diz economista

    À CNN Rádio, o ex-diretor do FMI Otaviano Canuto avaliou que está preocupado com os impactos que o mundo inteiro sente nos preços dos alimentos

    Amanda GarciaBel Camposda CNN

    em São Paulo

    Em entrevista à CNN Rádio, o economista, pesquisador sênior do Policy Center for the New South e ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), Otaviano Canuto, se disse preocupado com o fenômeno global de choque de preços de energia e de alimentos.

    “Os impactos acabam sendo diferenciados por regiões, mas todo mundo está sentindo. Já desde a pandemia tivemos aumento de preços de alimentos, e tivemos vários problemas com safras devido aos fenômenos climáticos”, disse.

    Ao mesmo tempo, o especialista afirma que os Estados Unidos já têm uma previsão de que a produção de trigo terá queda, que será agravado pela guerra na Ucrânia, que é, ao lado da Rússia, um importante fornecedor de trigo e óleo de girassol.

    “A pandemia, guerra e o clima trouxeram vários problemas e, para piorar, países produtores resolveram adotar medidas protecionistas de banimento de exportações”, avaliou.

    De acordo com Canuto, há vários choques afetando a oferta de alimentos e vários fatores afetando o aumento da energia.

    “Não é como nos anos 70 que foi o preço do petróleo, mas hoje temos petróleo, gás e até carvão em alta, não tem margem de manobra para controlar, o preço sobe e sobe todo o resto. Então você tem choques de preço de alimentos e de energia impactando todo mundo, em graus diferenciados.”

    Ele completou: “A Europa sente na energia, mas aqui nos EUA o nível de inflação no varejo está com efeito grande, imagina para quem é pobre e particularmente nas economias pobres, para quem alimentos e combustíveis constituem parte importante da cesta de consumo”.