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    “País não pode ser refém de um único homem”, diz Lula sobre presidente do BC

    Lula voltou a criticar juros altos e a autonomia do Banco Central em entrevista nesta quinta-feira (2)

    Juliana Eliasda CNN

    em São Paulo

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os juros altos em entrevista na noite desta quinta-feira (2) a Reinaldo Azevedo, da BandNews.

    “Por que esse cidadão que não foi eleito para nada acha que tem o poder de decidir as coisas?”, disse Lula.

    “E ainda diz que ‘vai pensar como posso ajudar o Brasil’. Não, você não tem que pensar como ajudar o Brasil, tem que pensar como reduzir a taxa de juros. Para que o país volte a ter crédito, a economia volte a funcionar. Isso não é bravata minha, porque não tenho interesse em brigar com o presidente do Banco Central. Mas esse país não pode ser refém de um único homem.

    Lula também voltou a questionar a autonomia do BC, que foi reforçada por uma série de mudanças de regras feita por lei em 2021 que reduziram a possibilidade de interferência do Planalto sobre o Banco Central.

    “Eu fui presidente por oito anos, o [Henrique] Meirelles era o presidente do Banco Central e ele tinha autonomia, mas tinha responsabilidade”, disse.

    “A responsabilidade dele era saber que esse país tem uma pessoa eleita para presidir o país. E, mesmo assim, essa pessoa não tem autonomia. Eu tenho que prestar contas ao Congresso Nacional, ao TCU, à sociedade, aos veículos de comunicação. Mas por que esse cidadão que não foi eleito para nada acha que tem o poder de decidir as coisas?”

    Como em diversos outros momentos desde que assumiu a presidência, Lula voltou também a criticar o nível da Selic, a taxa básica de juros do país, e defender a sua redução.

    “Qual é a explicação de ter juros a 13,75% num país em que a economia não está crescendo?”, disse, citando os resultados do PIB de 2022 divulgados mais cedo.

    A economia brasileira cresceu 2,9% no ano, mas caiu 0,2% na passagem do terceiro para o quarto trimestre.

    “Tem a economia não crescendo, emprego informal com trabalhador ganhando pessimamente mal, o crédito está escasseando. Eu queria uma explicação, apenas, de por que os juros estão a 13,75%.”