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    Orçamento é chave para mercado precificar investimentos em bolsa no próximo ano, dizem especialistas

    Preocupação é a possibilidade do governo propor aumento da receita e não corte de despesas, o que pode desequilibras as contas e afetar a credibilidade; eventual aumento de juros também volta ao horizonte

    Iasmin Paivada CNN

    São Paulo

    O governo federal tem que enviar ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto a proposta para o Orçamento de 2024. A discussão no momento é se o texto contará com aumento da arrecadação ou corte das despesas para que a conta feche.

    Se a primeira opção for a escolhida pela União, a preocupação do mercado é com um possível desequilíbrio fiscal, o que poderia reduzir a credibilidade do Brasil perante os investidores estrangeiro e doméstico, um risco para a atual trajetória positiva da bolsa.

    Haveria, também, um risco de aumento de juros, o que tornaria a bolsa menos atraente, afastando recursos do mercado de ações, segundo especialistas consultados pela CNN.

    Para Bruno Musa, economista e sócio da Acqua Vero Investimentos, a possibilidade do governo propor aumento da arrecadação no texto do Orçamento é preocupante. “O Brasil caminha para aumento da arrecadação de impostos, o que é pior para as empresa e as pessoas no médio e longo prazo”, avalia. 

    O economista Pedro Paulo Silveira concorda e afirma que, caso o cenário se confirme, investidores podem piorar a percepção de risco de investimentos no país, tanto para o capital doméstico como para o estrangeiro. 

    “Uma piora fiscal também pode implicar em um aumento dos juros no país. E a atual perspectiva de juros mais baixos no ano que vem iria por água abaixo”, explica. 

    Após a divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na terça-feira (8), o cenário para a bolsa de valores no segundo semestre se manteve positivo.

    A perspectiva de cortes graduais de 0,5 ponto percentual até o final do ano vai ao encontro das estimativas do mercado, conforme o Boletim Focus desta semana.

    Por isso, caso a proposta de Orçamento traga alguma perspectiva de desequilíbrio fiscal, as expectativas podem se alterar, avalia Silveira. Contudo, essa visão ainda vai depender do comprometimento do governo com a proposta do marco fiscal, segundo o economista. 

    “O pior que pode acontecer é o governo utilizar o projeto de lei para romper com a proposta do marco fiscal”, pontua. 

    Caso a proposta do Orçamento fure o marco, o cenário para a bolsa de valores e investimentos no próximo ano deve se deteriorar. Por outro lado, “se a proposta vier boa, ela pode impulsionar a bolsa sim”, avalia Silveira. 

    Veja também: Governo pretende tributar fundos de super-ricos para orçamento de 2024