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    Operar na Argentina tem sido um desafio, diz CEO da GM para América do Sul

    Em entrevista à CNN, Santiago Chamorro destaca interesse do consumidor brasileiro nos veículos elétricos

    Fernando Nakagawada CNN , São Paulo

    Diante da turbulência econômica, operar na Argentina tem sido um desafio para a GM. A afirmação é do presidente da montadora para a América do Sul, Santiago Chamorro.

    Sobre o Brasil, o executivo reconheceu o esforço do governo federal em apoiar o setor automotivo e acredita que são necessários incentivos para que o consumidor brasileiro possa comprar o primeiro carro elétrico.

    Em entrevista à CNN, o executivo disse que, assim como outras empresas instaladas no país vizinho, a montadora tem enfrentado dificuldades em transações corriqueiras filial argentina, como no mercado de câmbio. Nesta segunda-feira, o dólar subiu mais de 20% na Argentina em reação às eleições primárias.

    “Operar na Argentina é um desafio. Há algumas políticas que geram situações de mercado que não são totalmente as típicas, como o controle cambial. E são políticas que mudam com frequência”, disse o executivo responsável pela operação da montadora norte-americana em todo o subcontinente.

    No Brasil, a GM reconhece e agradece o esforço do governo federal em incentivar a venda de veículos mais baratos realizada em junho. O executivo nota que, sobre o programa, o setor conversou com o governo para que iniciativas desse tipo – caso sejam repetidas – possam ser melhoradas em duas frentes.

    Chamorro explica que iniciativas dessa natureza poderiam ser anunciadas e entrar em vigor imediatamente para evitar a queda abrupta das vendas com clientes à espera do benefício. O setor automotivo sugeriu ainda que eventuais novos incentivos sejam dados diretamente aos clientes, e não às montadoras – como aconteceu em junho.

    Ainda sobre incentivos, o executivo da GM defende que um programa de benefícios poderia acelerar o processo de eletrificação da frota brasileira. Segundo ele, há interesse do consumidor no Brasil. “86% dos brasileiros já comprariam um veículo elétrico nos próximos 12 a 18 meses. Tem um cliente que está curioso, está interessado”, disse. “E, dos donos de veículos elétricos, zero quer voltar a um a combustão”.

    Na entrevista, o presidente da GM para América do Sul também fala de outros desafios e das oportunidades da eletrificação dos veículos, como a oferta de recursos naturais na América do Sul. Além disso, também analisa a importância da regulação sobre alguns temas, como veículos autônomos, e também destaca a importância do treinamento da mão de obra do automotivo diante da transformação da indústria para os carros elétricos.

    Veja também: Dólar dispara na Argentina após resultado das urnas

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