Onda de calor zera estoques em sorveterias de SP
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), o crescimento nas vendas já passou de 50%.
Temperatura alta pede um sorvete, não é? Mas, na capital paulista, essa delícia já está tão difícil de encontrar como água no deserto. Neste sábado (18), quando os termômetros ultrapassaram os 37°C mais uma vez, lojas de uma rede de distribuição de sorvetes tiveram que fechar as portas por falta de estoque, na zona norte.
Com a passagem da onda de calor, o comércio especializado ganhou motivos para comemorar. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis), o crescimento nas vendas já passou de 50%.
“Em certas empresas o aumento está beirando os 100%. Sinceramente, nada mais gostoso do que refrescar com um sorvete bem gelado, seja um picolé a base de frutas, um sorvete cremoso ou um Gelato Artesanal”, afirmou Eduardo Weisberg, presidente da Abis.
O aumento foi tão grande e repentino que os estoques de vários estabelecimentos zeraram. Outra loja, na zona sul da capital paulista, chegou a ficar fechada por três dias, por falta de produtos no freezer. Quando chegou a reposição, neste sábado (18), não foi suficiente. “Foi uma loucura. Muita, muita, muita gente! Não teve um minuto sem fila”, revelou a vendedora Isa Grazielle Medeiros.
A rede distribuidora possui mais de 800 lojas em dez estados e no Distrito Federal. São 17 linhas, entre sorvetes de pote e picolé, com 90 sabores. No entanto, os clientes têm tido dificuldade para encontrar o preferido. A vendedora Larissa Magalhães explicou que o último pedido feito pelo estabelecimento não veio completo da fábrica.
“Não mandaram tudo para a gente. Por exemplo, de frutas só vieram sabores de limão e açaí. Em menos de 24 horas vendeu muito. Só sobraram três caixas de açaí. Nas outras linhas também veio faltando sabores e não sabemos quando chega mais uma reposição”, disse.
Indústria nega desabastecimento
À CNN, o presidente da Abis, afirma que, se o calor persistir, a tendência é de que o crescimento nas vendas seja ainda maior. Weisberg, no entanto, afasta a possibilidade de desabastecimento na indústria.
“Nós estamos na época que a gente se preparou para passar o verão e a alta temporada, então dificilmente faltou produto. Algum produto esporádico, mas nada que tivesse alterado a rotina das empresas. Quanto às sorveterias, gelaterias, isso é normal em um pico de calor. Não tem muito estoque, porque não é indústria, é elaborado no dia para ser vendido no dia ou no dia seguinte no máximo. Mas isso é reposto rapidamente, então acredito que hoje (19) muita gente já está normalizada”, explicou.
Apesar de ser a saída para muita gente enfrentar o calor, os médicos recomendam cautela na ingestão de alguns sorvetes. Segundo o Ministério da Saúde é bom evitar alimentos ricos em açúcar nos dias mais quentes, pela capacidade desse ingrediente de ampliar a desidratação do corpo. A alternativa é optar pelos sabores de fruta e com pouco açúcar.