O que nós pedimos é sensibilidade, diz Pacheco à CNN sobre apelo por queda de juros
Durante evento em Londres na quinta-feira (20), o presidente do Senado pediu diretamente ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que reduza os juros para que o Brasil volte a crescer
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) afirmou, em entrevista à CNN nesta sexta-feira (21), que o Banco Central (BC) precisa ter sensibilidade para considerar a redução da taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano.
“Mesmo com a autonomia [do Banco Central], o que nós pedimos é a sensibilidade do momento e a sensibilidade política. Espero que o desfecho disso em algum momento seja o encaminhamento da redução da taxa de juros”, disse.
O senador classificou a taxa de juros como “muito elevada”. Segundo ele, essa é uma compreensão “não só do governo federal, mas também do Congresso Nacional e da própria sociedade”.
Durante evento em Londres na quinta-feira (20), Pacheco pediu diretamente ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, que reduza os juros para que o Brasil volte a crescer.
“A inflação, meu caro Roberto Campos Neto, (está) contida, inclusive com viés de queda. A nossa moeda (está) estável. Agora, nós precisamos (fazer) crescer o Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13,75%”, afirmou Pacheco na ocasião.
Mais cedo nesta sexta, Roberto Campos Neto rebateu críticas relacionadas à taxa de juros no Brasil e disse que o Banco Central (BC) não toma decisões políticas, apenas técnicas.
Ele voltou a defender a autonomia do BC e a necessidade de o país manter o sistema de metas da inflação.
“Hoje, o presidente do Banco Central fez os apontamentos técnicos em relação a esse tema, mas naturalmente há um componente de circunstâncias políticas e sociais que devem ser levados em consideração”, acrescentou Pacheco.
(Publicado por Lucas Schroeder, com informações de Américo Martins, da CNN, em Londres)