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    Número de itens do IPCA com aumento de preço é o menor em 2 anos, diz IBGE

    Índice de difusão da inflação passou de 65% em agosto para 61,54% em setembro

    Diego Mendesdo CNN Brasil Business

    São Paulo

    O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro apresentou deflação pelo terceiro mês consecutivo, registrando variação de -0,29% no mês, após reduções de 0,68% em julho e de 0,36% em agosto.

    Apesar de ter sido menos intensa que nos dois meses anteriores, a queda de preços se mostrou um pouco mais abrangente em setembro. Isto porque o índice de difusão foi o menor desde agosto de 2020, ou seja, dentre as 379 mercadorias que compõem o IPCA, houve o menor número de aumentos entre elas em dois anos.

    De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de todos os produtos e serviços investigados para composição do indicador, 234 tiveram alta na média de preços, 12% menos que em agosto.

    Segundo análise da StoneX, é importante ressaltar que o “núcleo” do IPCA, que remove do cálculo os componentes mais voláteis de energia, combustíveis, alimentação e bebidas, aumentou em 0,46% em setembro.

    Ao se observar a alta acumulada em 12 meses, enquanto o IPCA total recua em agosto para 7,2%, o seu núcleo se mantém praticamente inalterado em 10,0%. Já os preços monitorados, que incluem os combustíveis e energia elétrica, despencam para -1,7% em 12 meses.

    O analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Leonel Mattos, citou alguns grupos que tiveram destaques no índice de difusão. O grupo de alimentação e bebidas, um dos que tem mais produtos, com 188 itens, 78 tiveram queda no mês, o que corresponde a 41% do total. Em habitação, dos 40 itens, 15% tiveram queda. Dos 41 produtos do grupo Artigos de Residência, 56% ficaram mais baratos.

    Em Vestuário, que é composto por 42 itens, teve registro de queda em 7% dos produtos. Já em Transportes, que trata-se de 33 itens, 39% tiveram redução no valor. Em Saúde e Cuidados Pessoais, 22% dos 46 itens ficaram mais baratos. “O que mais chamou atenção foi o grupo de Comunicação, onde 83% dos 11 itens tiveram registro de queda de preço em setembro”, aponta.

    Destaques da inflação

    Para Tatiana Nogueira, economista da XP, o índice de difusão ainda está acima da média histórica, que fica pouco acima de 50%. Como o país enfrentou dois anos de pandemia, o índice estava muito elevado, chegando a ultrapassar os 70%, só agora conseguimos ver esses sinais de deflação. “O que explica esse movimento são as quedas mais pontuais, como foi o caso dos combustíveis, telecomunicações, com o reflexo do corte de impostos aprovado em julho, e também da grande quantidade de itens da alimentação que tiveram deflação”, aponta.

    A economista ressalta ainda que isso também é um caráter sazonal forte, pois houve, no meio do ano, uma queda da oferta por conta de condições climáticas menos favoráveis. “De forma geral, a análise é que é uma inflação se acomodando, mesmo com preços ainda elevados, mas já dando sinais de queda”, avalia.

    Tatiana destaca neste grupo os itens industrializados, que subiram muito durante a pandemia, por conta do choque de custos pela queda da demanda global de suprimentos, mas também por uma demanda aquecida. “Não podemos descartar a diminuição da mobilidade social, impactando no setor de serviços, e por isso teve um maior consumo de bens. Agora, com a maior circulação, as pessoas voltem a consumir e movimentar o mercado novamente, causando mais queda nos valores”, conclui a economista.