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    Núcleo da inflação no Japão fica abaixo de 3% pela primeira vez em um ano

    Analistas veem ritmo incerto na desaceleração da inflação, que não deve atingir meta até 2024

    Núcleo do índice de preços ao consumidor registrou alta de 2,8% em setembro
    Núcleo do índice de preços ao consumidor registrou alta de 2,8% em setembro REUTERS/Androniki Christodoulou

    Por Leika Kihara e Takahiko Wada, da Reuters

    O núcleo da inflação no Japão desacelerou para baixo de 3% em setembro pela primeira vez em mais de um ano.

    Contudo, o dado segue acima da meta do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), mantendo vivas as expectativas de que as autoridades abandonarão gradualmente sua política monetária ultrafrouxa.

    O núcleo do índice de preços ao consumidor, que exclui os custos voláteis de alimentos frescos, aumentou 2,8% em setembro em relação ao ano anterior, mostraram dados do governo nesta sexta-feira (20), superando ligeiramente a previsão mediana do mercado de um avanço de 2,7%, mas recuando em relação aos 3,1% de agosto.

    Esses números farão parte de uma série de indicadores que o banco central japonês examinará em sua reunião de dois dias, que terminará em 31 de outubro, quando produzirá novas previsões trimestrais de crescimento e de preços.

    “Embora a inflação tenha se enfraquecido em setembro, acreditamos que ela só cairá abaixo da meta de 2% do BoJ ao final do próximo ano”, disse Marcel Thieliant, diretor da Capital Economics para a região Ásia-Pacífico.

    Os preços dos alimentos e das necessidades diárias continuaram subindo, mas em um ritmo mais lento do que em agosto, um sinal de que as pressões estavam diminuindo.

    O chamado núcleo do núcleo, que elimina os custos de alimentos frescos e combustíveis e é observado de perto pelo banco central como um indicador melhor da tendência da inflação, aumentou 4,2% em setembro em relação ao ano anterior, desacelerando em relação ao ganho de 4,3% em agosto.

    Embora a inflação provavelmente seja moderada nos próximos meses, um novo aumento nos custos do petróleo e quedas persistentes do iene podem levar as empresas a aumentar os preços novamente, disse Shinke Yoshiki, economista-chefe do Dai-ichi Life Research Institute.

    “Há uma forte incerteza quanto ao ritmo esperado de queda da inflação”, disse ele, acrescentando que o núcleo da inflação pode não cair abaixo de 2% até a segunda metade de 2024.

    Os mercados estão repletos de especulações de que o BoJ abandonará em breve os juros negativos de curto prazo e o controle da curva de rendimentos, que estabelece um limite de 0% para o rendimento do título de 10 anos, em resposta à crescente pressão inflacionária.

    O BC japonês tem minimizado a possibilidade no curto prazo de eliminar gradualmente o seu enorme estímulo monetário, argumentando que os recentes aumentos de preços motivados pelos custos precisam se transformar em aumentos impulsionados pela demanda para que o banco possa considerar elevar os juros.

    Veja também: Inflação dos EUA cresce 0,60% em agosto