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    Nubank quer usar aporte para ajudar a bancarizar toda a América Latina, diz CEO

    Em entrevista ao CNN Business, David Vélez, CEO e fundador do Nubank, conta dos planos e diz que também quer trazer clientes incomodados com os bancões

    André Jankavski, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Apesar de ser o banco preferido dos jovens, o Nubank está de olho mesmo é nos desbancarizados. Oportunidades não faltam: no Brasil, 50% da população não tem conta no banco. Nos países em que a empresa quer se expandir, México e Colômbia, a situação não é muito diferente.

    Por isso, a empresa quer seguir trajetória parecida com a que desempenhou por aqui na América Latina. No México, por exemplo, apenas 10% da população tem acesso a cartão de crédito, algo que David Vélez, CEO do Nubank quer mudar – ainda mais após receber US$ 400 milhões em mais uma rodada de investimentos. Desde a sua fundação, em 2013, a empresa já levantou US$ 2 bilhões em aportes. 

    “Ainda tem 60 milhões de brasileiros que colocam o seu dinheiro no colchão, assim como no México e Colômbia, onde mais de metade da população não tem acesso a serviços financeiros”, diz David Vélez, CEO do Nubank em entrevista ao CNN Brasil Business. “A oportunidade de bancarizar metade da América Latina é gigantesca.” 

    Não só isso, David Vélez quer continuar buscando aquele cliente que não está satisfeito com os serviços dos bancões. Por isso, vai oferecer cada vez mais serviços. Em setembro, comprou a Easynvest, para entrar no mercado de investimentos. Recentemente, lançou o seguro de vida e Vélez não quer parar por aí.

    Nem os investidores querem que ele pare. A empresa não divulga o seu valor de mercado, mas afirmou que a sua avaliação a coloca como a quinta maior instituição financeira da América Latina, à frente de nomes como Banco do Brasil e BTG Pactual.

    De acordo com o valor de fechamento do mercado do último dia 27 de janeiro, as primeiras posições do ranking estão com Itaú Unibanco (US$ 48,7 bilhões), Bradesco (US$ 38,1 bilhões), Santander (US$ 27 bilhões) e XP (US$ 24,5 bilhões), segundo levantamento realizado pela consultoria Economatica. 

    Como a sexta posição está com o BTG Pactual (US$ 18,8 bilhões), logo, o Nubank está avaliado por seus investidores com um valor de mercado entre US$ 19 bilhões e US$ 24 bilhões.

    O valor do Nubank cresce da mesma forma (exponencial) que a base de clientes. A empresa triplicou o total de correntistas — passando de 12 milhões para 34 milhões de pessoas — desde a última rodada de investimentos.

    Sobre os planos futuros da empresa, Vélez concedeu a seguinte entrevista para o CNN Business

    Por que mais um novo aporte? Foi uma oportunidade ou uma necessidade?

    Não estávamos precisando de dinheiro mesmo. Mas há um mercado muito quente e recebemos muito interesse de investidores no mundo inteiro querendo investir no Nubank. Além disso, a expansão para o México e Colômbia está precisando de muito investimento.  E estamos muito contentes com as métricas que estamos conquistando nesses países e queremos partir para um crescimento agressivo para nos solidificar como o maior banco da América Latina.

    E como está a operação brasileira?

    O Brasil continua crescendo muito bem. A nossa operação no Brasil já gera caixa e o nosso cartão de crédito dá lucro. Mas também estamos lançando outros produtos nas áreas de investimentos e seguros, além de pessoas jurídicas. Então, vale a pena manter o pé no acelerador dada a oportunidade de mercado que existe.

    Então, podemos esperar novas rodadas de investimento?

    Estamos super bem capitalizados por vários anos. De novo, nossa operação no Brasil já gera caixa e estamos vendo taxas bastante aceleradas de crescimento no Brasil. Não precisaremos de caixa no curto e médio prazo. Quanto ao IPO, uma hora vai acontecer. Porém, temos investidores que olham bastante o longo prazo e não estão nos colocando pressão. Queremos construir uma empresa também para o longo prazo. 

    Esse dinheiro também vai para aquisições?

    A maior parte do crescimento continua orgânico, pois é o nosso viés. Mas vamos continuar olhando para potenciais aquisições. Ainda acho que vão ser exceções. Ano passado, por exemplo, fechamos três aquisições e foram excelentes. Vamos continuar de olho, se alguma oportunidade aparecer, vamos fazer.

    Quais são os setores que vocês estão olhando com mais carinho?

    A nossa é criar um portfólio de produtos mais abrangentes, para aquele que precisa de mais produtos financeiros. É aquele cliente das classes A e B, que abriu a sua NuConta, tem o roxinho, mas que quer mais produtos. Aquele que quer sair do grande banco e quer consumir mais produtos do Nubank.

     Por outro lado, tem o potencial da população desbancarizada. A nossa missão é bancarizar toda a América Latina. Queremos levar os serviços para 100% da população e precisamos ser rentáveis para aquele que tem uma conta de R$ 50 ou precisa de um empréstimo de R$ 10. 

    Como fazer isso?

    É necessária muita tecnologia e eficiência operacional para a conta fechar. Com isso, temos que criar produtos cada vez mais simples de maneira contínua. 

    México e Colômbia podem crescer tanto quanto o Brasil?

    O Brasil continua sendo prioritário. Maior mercado da América Latina, tanto em população quanto PIB. Mas estamos animados com o mercado mexicano. Há uma penetração de apenas 10% de cartão de crédito, cerca de 10 milhões de cartões. No Brasil é de 43%. Também é um mercado onde os bancos tradicionais estão 25 anos atrasados em comparação com os bancos brasileiros. 

    Para completar, é uma população bem jovem: metade dos brasileiros tem 33 anos e, no México, metade tem 26 anos. Demograficamente significa que é uma população jovem, que tem smartphone, que usa Netflix, mas continua 45 minutos em uma fila. Na Colômbia também é parecido. Então, estamos super animados.

    A maior oportunidade, portanto, está nos desbancarizados? 

    Queremos bancarizar melhor aqueles que estão bancarizados. Muitos pagam as maiores tarifas do mundo. Pagam muito caro e recebem muito pouco. Para eles, queremos melhorar o serviço. Para a outra metade, que não tem acesso e tem dinheiro debaixo do colchão, queremos trazer facilidade. Com isso, temos que criar produtos  

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