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    Novo presidente da Eletrobras busca interlocutor no governo para impasse, dizem fontes

    Objetivo é ter mais canais de conversa além do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, enquanto Executivo briga por mais poder na companhia

    Raquel Landimda CNN* , São Paulo

    O novo presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, está conversando com ministros e políticos em Brasília na busca de interlocutores para resolver o impasse da empresa com o governo.

    A gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quer mais poder na companhia, que foi privatizada no ano passado.

    Segundo fontes, as conversas começaram antes mesmo do pedido de demissão de Wilson Ferreira Júnior, que ocupava o posto até ontem à noite.

    O objetivo é ter mais canais de conversa além do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.

    Wilson Ferreira, que comandou a privatização da Eletrobras nos governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), tinha uma interlocução ruim na gestão Lula.

    No entanto, o governo não teve ingerência na sua saída, garantiram fontes da empresa.

    O conselho de administração e Wilson Ferreira já se estranhavam diante da vontade do colegiado em ter participação mais ativa na gestão — encontrando resistência no ex-presidente.

    Monteiro fez carreira no Banco do Brasil, chegando ao cargo de vice-presidente. Ele também foi diretor financeiro da Petrobras durante o governo de Dilma Rousseff (PT), alçado a diretor da estatal na gestão Temer, sucedendo Pedro Parente.

    O executivo é um dos principais responsáveis pela recuperação financeira da Petrobras depois da crise, é respeitado tecnicamente e possui trânsito em diferentes partidos, inclusive no PT.

    A pedido de Lula, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com uma ação para alterar o acordo de acionistas definido na privatização, que estabelece um limite de 10% de poder de voto para o governo, independente de sua participação na companhia.

    Na prática, a manobra pode reestatizar a Eletrobras e é vista pelo mercado como uma quebra de contrato.

    No mês passado, o conselho da companhia já tinha sugerido ao ministro Silveira que o governo desistisse da ideia de alterar o acordo em troca de acelerar o pagamento de algumas obrigações, o que permitiria baixar o preço da conta de luz.

    A sugestão, porém, não foi respondida.

    *Publicado por Gabriel Bosa

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