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    Nova regra para BDRs permite compra de ações da Apple por investidor ‘comum’

    Com a mudança, investidor que tem menos de R$ 1 milhão aplicado também pode comprar blue chips listadas lá fora

    Podcast O Que Eu Faço?, que o CNN Brasil Business leva ao ar semanalmente
    Podcast O Que Eu Faço?, que o CNN Brasil Business leva ao ar semanalmente Foto: CNN Brasil

    Quem reclamava de não poder investir em grandes companhias internacionais ou então de não poder comprar ações de empresas brasileiras só porque estavam listadas em bolsas do exterior, já pode comemorar. Na semana passada, a CVM alterou a regulação dos BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que nada mais são do que os recibos negociados na B3 referentes a ações estrangeiras.

    A novidade foi muito aguardada pelo mercado financeiro. Na prática, significa que, finalmente, o investidor vai poder comprar papéis de XP Investimentos, PagSeguro, Stone, Cogna e qualquer outra brasileira com capital aberto no exterior, sem precisar ter uma conta fora do país. Também quer dizer que, agora, investidores que não são “qualificados”, segundo a CVM, ou melhor, os que têm menos de R$ 1 milhão aplicados, também podem apostar em blue chips como Apple, Microsoft, Google e outras.

    Apesar da medida só entrar em vigor no próximo dia 1º de setembro, é possível que o investidor só tenha mesmo acesso a esses produtos no fim do ano. A própria B3 já afirmou que vai precisar fazer uma parametrização dos sistemas para oferecer as ações. Ao mesmo tempo, as corretoras vão precisar adaptar seus home brokers e preparar assessores.

    De qualquer forma, a decisão é um grande passo na democratização de investimentos, conforme afirma Renato Chanes, estrategista de pessoa física da Santander Corretora, em entrevista aos âncoras do podcast O Que Eu Faço?, Fernando Nakagawa e Luciana Barreto. 

    “O investimento em renda variável já é bastante restrito, mesmo com o crescimento de pessoas físicas, atualmente em 2,6 milhões, na bolsa de valores. É uma parcela ínfima da população total. Essa era uma grande crítica do mercado”, conta.

    Outro movimento positivo que pode ocorrer, de acordo com ele, é que, com a mudança na regra, mais empresas brasileiras podem se sentir estimuladas a abrirem capital em bolsas internacionais. Também porque, no caso de grandes companhias de tecnologia, por exemplo, as brasileiras encontram preços mais ajustados para suas ações já que têm “pares” lá fora.

    “A gente tem visto uma onda de empresas abrindo IPOs, aproveitando esse momento de mais investidores, com a taxa de juros em mínimas históricas. Agora, com a possibilidade de fazer essa ‘dupla listagem’, capturando os benefícios dos múltiplos de empresas americanas e também o fluxo de pessoas físicas na bolsa aqui no brasil, acredito que vai crescer essa procura”, analisa.

    Se é vantajoso comprar BDRs de empresas brasileiras? O especialista diz que “depende”. Do ponto de vista da diversificação pode não fazer muito sentido. “Você já está tirando seu investimento do país, por que vai comprar uma empresa que tem receita nessa moeda? Não estou falando que é ruim, mas entendo que, já que a ideia é diversificar sua geografia, talvez faça mais sentido comprar ações de empresas que operam no exterior, com resultados em dólar ou moedas internacionais.”

    A mudança na regulação vai afetar ainda o mercado de dívidas, ou melhor, de debêntures e o investimento em ETFs, ou fundos de índices. Fique por dentro de todas as questões envolvendo a nova regulamentação de BDRs no 33º episódio do podcast O Que eu Faço?.