Nova marca de carros elétricos diz que chegou no Brasil para “brigar” com as gigantes do setor
SERES Brasil estabeleceu plano de abertura de até 20 concessionárias no Brasil com veículos elétricos de luxo
A fabricante chinesa de carros elétricos Seres, que começou as atividades em julho de 2023 no Brasil, abre a segunda concessionária em São Paulo.
Segundo o COO da companhia no Brasil, José Augusto Brandimarti, o grupo tem porte e tecnologia para concorrer com os grandes fabricantes que estão investindo pesado no país, como a BYD e GWM.
“Temos tecnologia de ponta para brigar com esses grupos de igual para igual. O presidente da empresa na China deixou bem claro qual é o objetivo da Seres, que é ser a empresa de veículos elétricos premium número um do mundo. Somos uma marca que tem porte para bigrar com a BYD, com a Great Wall Motor e com qualquer um outro que apareça”, destacou.
Segundo Brandimarti, a Seres está entre os tres maiores grupos automobilísticos da China.
“Estamos em um ringue de de luta de peso-pesado e garanto que a Seres é um peso-pesado”.
A empresa chega com seis modelos de carros elétricos que vão de R$ 190 mil a R$ 450 mil.
Mercado aquecido
Segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o mercado automobilístico tende a ter um cenário melhor em 2024.
Em relação aos carros elétricos e híbridos, a expectativa nos emplacamentos de carros é de uma alta de 61% em 2024, comparando com 2023.
Este mercado de carros elétricos e híbridos já vem apresentando crescimento nos últimos anos. As vendas em 2023 teve uma alta de 80%, comparado com as vendas do segmento em 2022.
No ambiente das vendas de carros em geral, a associação prevê a comercialização de 2,450 milhões de autoveículos, uma elevação de 5,8% sobre 2023.
Na divisão por grandes segmentos, espera-se alta de 5,3% para automóveis e comerciais leves, e de 14,1% para veículos pesados.
Em relação à produção, para o próximo ano, a expectativa da Anfavea é para um crescimento de 4,7% nesse volume comparado com 2023 — o que representa 2,470 milhões de unidades produzidas.
“Precisamos de todo o esforço conjunto das empresas e da sociedade para aumentar nossa produtividade, mas acredito que só em 2026 recuperaremos os níveis registrados antes da pandemia”, afirmou o Presidente Márcio de Lima Leite.
Plano de expansão
A mais nova marca chinesa de carros elétricos atuando no Brasil, a Seres, iniciou as atividades em julho deste ano. Só na China marca tem uma fila de espera de mais 100 mil clientes esperando um dos modelos.
A empresa finalizou o estudo para quantificar a demanda de veículos elétricos no Brasil e definir a primeira etapa de seu plano de abertura de concessionárias no País.
A expansão começou no estado de São Paulo — que detêm 32% da demanda nacional — e segue por Brasília, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais, ou seja, para estados que mais tem emplacado veículos elétricos.
A matriz da empresa, que já está em operação no bairro de Alphaville, em Barueri, recebe e a nova loja neste sábado (9).
O primeiro showroom foi aberto na Avenida Europa, em São Paulo.
De acordo com Brandimarti, diversos grupos de concessionários já foram contatados, principalmente aqueles com atuação regional em mais de uma localidade, para ganhos de eficiência e economia de escala.
“Já temos um padrão de concessionários definido e a receptividade tem sido muito boa e as primeiras praças de atuação já estão selecionadas. Agora, avaliamos a demanda pelos nossos produtos para quantificar as concessionárias em cada estado e em quais cidades”, diz o executivo.
Vendas online
Fora do Brasil, em diversos outros países, principalmente na Europa, a marca oferecer apenas plataforma online direta ao cliente final. Entretanto, aqui no Brasil, esse formato de vendas está descartado
Brandimarti disse que um modelo híbrido será adotado. Isto é, um misto de vendas online e representações físicas. Ele pontou que o consumidor brasileiro ainda tem ligação com o modelo tradicional de compra de veículos na concessionária e tem a necessidade de ver o carro.
A mudança de planos de venda foi baseada, segundo o executivo da marca no Brasil, em uma série de características do consumidor brasileiro, como a vontade de ir até uma loja para negociar pessoalmente o veículo, fazer um test-drive, ver o modelo pessoalmente e sentir o cheio do interior do modelo zero quilômetro.
“Para avançarmos com o modelo digital de vendas, precisamos ser conhecidos e oferecer toda a confiança que o público do segmento premium exige. Acredito que no futuro será possível apostar mais nesse modelo.”
Futuro da marca
O COO da Seres ressaltou que os planos serão afetados pelo aumento do imposto de importação para veículos elétricos e híbridos a partir de 2024, movimento que afetará diretamente a demanda para todas as marcas que importam, de acordo com o executivo.
Para driblar esse entrave, a empresa pretende reduzir margem e negociar preços melhores com a matriz, para que o impacto para o consumidor final seja o menor possível.
Para atingir suas projeções, empresa apostará na venda de comerciais leves elétricos no Brasil, segmento que está em alta e do qual possui ritmo alto de produção na China, conseguindo atender aos pedidos dos clientes em torno de sessenta dias — outras marcas demoram em torno de seis meses.
“Usaremos a rede para identificar os clientes e para prospectar grandes players que possuem frota própria, como Amazon e Mercado Livre, por exemplo, que buscam reduzir as emissões de suas entregas”, explicou.
Todo este trabalho no Brasil faz parte de um projeto global de ser a marca líder de vendas no mercado premium nos próximos anos.
“Estamos apostando em algumas ideias como o nível de tecnologia embarcada nos veículos, desenvolvido em parceria com a Huawei, componentes de alto desempenho usados por outras marcas de luxo e preços mais competitivos”, finalizou Brandimarti.
