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    Nova alta de 0,75 ponto percentual não está descartada, diz presidente do Fed sobre juros

    Jerome Powell afirmou que a inflação dos Estados Unidos está "alta demais", mas que elevações devem conseguir contê-la

    Na avaliação de Powell, o aperto nas condições financeiras deve conter a alta demanda nos EUA
    Na avaliação de Powell, o aperto nas condições financeiras deve conter a alta demanda nos EUA Tom Williams/Pool via Reuters

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business*

    em São Paulo

    O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou nesta quarta-feira (15) que a inflação nos Estados Unidos está “alta demais”, mas que as elevações de juros em andamento devem ser apropriadas para contê-la. Nesse sentido, ele deixou em aberto um novo aumento de 0,75 ponto percentual em julho.

    A fala ocorreu após a conclusão da última reunião de política monetária do Comitê de Mercado Aberto (FOMC), em que a taxa de juros foi elevada em 0,75 p.p., maior alta desde 1994. Com isso, os juros passaram para o intervalo entre 1,5% e 1,75% ao ano.

    Segundo ele, a expectativa do Fed é que altas de 0,75 p.p. não se tornem comuns, mas o ritmo dependerá dos dados sobre a economia que serão divulgados. Nesse sentido, ele sinalizou que uma alta de 0,5 p.p. ou 0,75 p.p. é mais provável para a reunião de julho.

    Powell reforçou que o Fed busca uma estabilidade de preços, e que a autarquia está movendo os juros rapidamente já que “é essencial” baixar a inflação. Na visão dele, a economia do país tem “passado por muita coisa”, mas segue resiliente.

    Para Powell, o ambiente atual é “altamente incerto”, e fatores fora do controle do Fed podem fazer com que o “pouso suave” da economia do país seja dificultado.

    Ele afirmou ainda que o atual cenário é de um mercado de trabalho extremamente apertado, com crescimento significativo nos salários, e um mercado imobiliário suavizado.

    Na avaliação de Powell, o aperto nas condições financeiras deve conter a alta demanda no país, e a expectativa é que as condições de oferta e demanda no mercado de trabalho entrem em um equilíbrio que contenha ganhos salariais.

    Powell reconheceu que as restrições de oferta têm durado mais do que o esperado, com pressões de preços ampliadas, mas que a política monetária da autarquia segue adaptável às condições macroeconômicas e será “sensível e flexível”.

    “Desde a reunião de maio, a inflação surpreendeu para cima”, disse Powell, e que por isso a alta de 0,75 p.p. se tornou justificável, diferente do sinalizado anteriormente pela autarquia. “Isso vai ajudar a garantir que expectativas de inflação no longo prazo sigam bem ancoradas”.

    O presidente do Fed ressaltou que as projeções atuais do banco central “não são um plano”, já que não há certeza de como a economia estará daqui a um ano. O foco da autarquia nos próximos meses, segundo ele, será “buscar nos próximos meses evidências irrefutáveis de que a inflação está em queda”.