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    ‘Nossa grande doença foi nunca ter criado disciplina de gastos’, diz Campos Neto

    O chefe da autoridade monetária criticou os gastos públicos acima da inflação e defendeu a reforma administrativa

    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (19.dez.2019)
    O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto (19.dez.2019) Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

    Anna Russi, do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Apesar de ver com bons olhos a melhora das receitas, indicada pelos resultados recordes na arrecadação, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acredita que o país ainda precisa se esforçar mais no controle de gastos. 

    “Nossa grande doença foi nunca ter conseguido criar uma disciplina de gastos”, afirmou em evento do BTG Pactual nesta terça-feira (25). “Entendo que essa melhora na parte de receita é muito boa, mas acho que o que os agentes econômicos de fato querem ver é uma melhora na parte de gastos”, completou. 

    O chefe da autoridade monetária criticou os gastos públicos acima da inflação e, nesse contexto, defendeu a reforma administrativa. “Precisamos passar a mensagem de que conseguimos fazer mais com menos. Ou seja, ser mais eficiente. Por isso, a reforma administrativa, por exemplo, é tão importante”. 

    Na avaliação dele, o país não tem “mais grau de liberdade nenhuma” para continuar com gastos elevados. Assim, Campos Neto também defendeu a credibilidade dos gatilhos, criados com a PEC Emergencial. 

    “Se toda vez que você chega no gatilho você acha uma forma de flexibilizar, perde credibilidade. […] É importante criar o conceito do gatilho como uma mudança institucional”, disse ao destacar que os gastos para o combate à pandemia, por outro lado, são justificáveis. 

    Vacinação

    Campos Neto voltou a defender ainda a vacinação como elemento fundamental na reabertura econômica. Ele repetiu a expectativa de aceleração da imunização no país a partir de junho, continuando em ritmo acelerado no segundo semestre com a consequência de uma retomada da economia mais rápida. 

    “Se fizer um estudo e ver o impacto no PIB [Produto Interno Bruto] de vacinar mil pessoas por dia ou dois mil por dia, é um impacto brutal, porque é o ‘frontloaded’. Ou seja, traz a reabertura mais para próximo”, disse. 

    De acordo com ele, a sobra de vacinas em alguns países também começa a ser positivo para os emergentes que ainda estão atrasados na imunização, bem como o desenvolvimento de outras vacinas e antivirais contra o novo coronavírus. 

    “Começamos a ver uma sobra de vacinas em alguns lugares. Os Estados Unidos produzem muito mais vacina do que consome, e vemos isso com otimismo. Acho que, além da vacinação e outros antivirais, vemos experimentos com sprays novos. Acho que vamos ter aí evolução nesse sentido. É importante andar nesse caminho. O tempo é essencial”, afirmou.