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    No pós-pandemia, empresas dos EUA buscam maneiras de atrair funcionários de volta ao trabalho presencial

    Segundo Nick Romito, CEO e fundador da VTS, escritórios que são uma mistura de espaço corporativo e casa são o futuro do local de trabalho

    Demanda nacional por escritórios em maio aumentou 13% em relação a abril
    Demanda nacional por escritórios em maio aumentou 13% em relação a abril Jonathan Borba/Unsplash

    Nicole Goodkindda CNN

    A pandemia acabou, mas o efeito da Covid-19 no ambiente de trabalho permanece: as pessoas adoram trabalhar em casa e as corporações não conseguiram, apesar de seus esforços, trazer as pessoas de volta ao escritório em tempo integral. 

    Mas os tempos estão mudando. As empresas nos Estados Unidos estão presas a trilhões de dólares em imóveis comerciais que precisam voltar a usar.

    E eles podem ser capazes de fazer exatamente isso, ao mesmo tempo que recuperam o controle sobre seus funcionários ainda este ano, quando o mercado de trabalho desacelerar.

    O Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira, um grupo que inclui altos cargos do Departamento do Tesouro dos EUA, do Federal Reserve (Fed) e da Securities and Exchange Commission (SEC), alertou sobre os riscos crescentes para os US$ 20 trilhões do setor imobiliário comercial, já que as taxas de desocupação de escritórios em todo país crescem. 

    A valorização de propriedades corporativas e de varejo vêm caindo desde que a pandemia trouxe taxas de ocupação mais baixas e mudanças nos locais de trabalho. Os esforços do Fed para combater a inflação por meio do aumento das taxas de juros também prejudicaram o setor dependente de crédito. 

    Mas a oferta e a demanda estão começando a se igualar: a busca nacional por escritórios em maio aumentou 13% em relação a abril. Isso ainda representa uma queda de 13% no ano e de 48% em relação aos níveis pré-Covid, de acordo com dados da CBRE Global Commercial Real Estate Services.  

    Como as empresas estão conseguindo trazer seus funcionários de volta ao escritório? Uma combinação de fatores: mais comodidades caseiras combinadas com menos opções para trabalhadores. 

    A CNN internacional conversou com Nick Romito, CEO e fundador da VTS, uma empresa de tecnologia imobiliária que administra mais de 60% dos escritórios mais caros nos EUA, para discutir o assunto. 

    Você viu sinais de recuperção no mercado imobiliário comercial à medida que o impulso de retorno ao escritório ganha força? 

    Nick Romito: A tendência é definitivamente positiva. Como as pressões econômicas levam a um aperto no mercado de trabalho, isso dá mais força aos empregadores para convidar as pessoas a irem ao escritório. As empresas nesses prédios tiveram muito pouca alavancagem nos últimos anos durante a grande renúncia.  

    Agora eles se sentem muito mais confortáveis ​​exigindo que os funcionários venham ao escritório três dias por semana. 

     Prevemos que essa tendência continuará e provavelmente voltará a quatro dias por semana no outono [primavera no Brasil].  

    Não é como se a ocupação do escritório estivesse disparando acima de 50% a 60%, mas o crescimento tem sido bastante estável, e isso é um bom sinal. 

    Mas as empresas estão reduzindo a quantidade de espaço de escritório que alugam, pois mudam permanentemente algumas funções para trabalhar em casa? 

    Aprendemos nos últimos três anos que nem todas as funções precisam estar no escritório. Então, de certa forma, é mais eficiente ter um lugar menor, mas ter um espaço construído para as pessoas que precisam colaborar para fazer isso muito bem. Portanto, estamos vendo uma metragem 12% menor em escritórios alugados este ano. 

    Mas se você olhar para o segmento do mercado que realmente está tendo um bom desempenho, são os espaços de escritório recém construídos e com benefícios. Esse mercado está realmente vendo um crescimento de aluguel de cerca de 10% antes da Covid. 

    Que tipo de benefícios? 

    Esses edifícios têm grandes locais de conferência que permitem que você tenha reuniões em áreas externas. Eles têm salões, academias e restaurantes embutidos. Eles são um híbrido de espaço de trabalho e casa. Acho que esse é o futuro do local de trabalho. 

    Mesmo proprietários de imóveis de médio porte, com dois ou três edifícios, estão se consolidando e criando um campus onde todos os seus clientes em todos os seus edifícios tenham acesso a alguns andares centrais repletos de comodidades.

    O local de trabalho, que costumava ser as quatro paredes em que sua mesa fica, agora está se expandindo para um campus. 

    Você viu uma mudança no mercado imobiliário comercial desde o colapso do Silicon Valley Bank e do Signature Bank em março? 

    A deterioração do mercado de escritórios começou bem antes disso, então não teve um grande efeito na demanda, ou falta de demanda, por escritórios. Teve um grande efeito nos próprios mercados de capitais.  

    O mercado imobiliário comercial depende significativamente disso, então provavelmente haverá um efeito subsequente. Portanto, não teve um grande impacto, mas também não ajudou. 

    Poderia haver um efeito da desaceleração induzida pela pandemia no mercado imobiliário comercial? 

    O mercado imobiliário comercial é em grande parte um negócio regional, os proprietários são locais. É uma classe de ativos que está sendo cada vez mais institucionalizada, a cada ano, mas a maioria dos imóveis ainda pertence a organizações privadas, e elas dependem fortemente de bancos regionais.

    Portanto, o banco regional é um setor realmente importante para o setor imobiliário comercial. 

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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