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    Moody’s rebaixa rating da Azul após resultados de 2024 “elevarem risco de liquidez”

    A agência de classificação de riscos citou no informe da decisão que a companhia aérea sofreu uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2024

    Gisele Farias*da CNN

    A Moody’s, agência de classificação de risco, rebaixou na sexta-feira (20) o rating corporativo (CFR) da Azul de “Caa1″ para Caa2”, devido ao aumento do risco de liquidez, gerado pelos resultados mais fracos da companhia aérea em 2024.

    Segundo a nota divulgada pela Moody’s, a companhia sofreu uma queima de caixa acumulada de R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre deste ano, devido as altas necessidades de capital de giro, o ônus da dívida e as despesas de capital da empresa.

    Neste mesmo período, a Azul gerou R$ 1,2 bilhão em EBIT (lucro antes do reconhecimento de despesas com juros e impostos).

    A posição de caixa da Azul caiu de R$ 1,9 bilhão para R$ 1,4 bilhão no final de junho de 2024 e a companhia aérea possui R$ 5,9 bilhões em obrigações financeiras e de arrendamento com vencimento no curto prazo.

    “Consequentemente, o risco de liquidez da Azul aumentou, e a empresa precisará buscar renegociações adicionais com arrendadores e financiamento adicional para suprir suas necessidades de liquidez.”, acrescentou a nota.

     

     

    A Moddy’s também destacou que o rebaixamento do CFR é reflexo da exposição da companhia aérea brasileira à instabilidade do setor aéreo, além dos crescentes riscos macroeconômicos, combinados com suas métricas de crédito fracas.

    Além disso, a possível elevação das classificações da Azul será possível somente caso haja uma diminuição significativa dos riscos e incertezas. A demanda de passageiros também deverá exceder os níveis anteriores à pandemia, segundo a Moody’s.

    “Uma elevação também exigiria que a Azul continuasse a melhorar sua estrutura de capital; mantivesse liquidez adequada, com caixa consistentemente acima de 15% da receita; e melhorasse as principais métricas, com dívida/EBITDA abaixo de 6x e (fundos de operações + juros)/juros acima de 3x de forma sustentada.”, diz o informe.

    Outras classificações da companhia aérea também foram alteradas: o rating da dívida sênior garantida de primeiro grau passou de B3 para Caa1; o rating das dívidas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP (Delaware) foi alterado de Caa2 para Caa1; e o rating da dívida sênior não garantida da Azul Investments LLP foi de Caa2 para Caa3.

    Além disso, a perspectiva para os emissores foi modificada pela Moody’s de positiva para negativa.

    Estimativa de recuperação

    A Moody’s comentou no informe também que estima recuperação da geração de caixa operacional da Azul para o valor entre R$ 3,5 bilhões e R$ 5 bilhões em 2024-25, enquanto a empresa irá atrasar a entrega de aeronaves para reduzir os gastos de capital e administrar a geração de caixa.

    Porém, ainda assim, será necessário que a companhia aérea refinancie os vencimentos de suas dívidas a fim de evitar, nos próximos anos, uma queima significativa de caixa, segundo a agência.

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