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    Golpe triplo para o fornecimento de gás europeu faz os preços dispararem

    Gigante italiana de energia ENI disse que a Gazprom, produtora estatal de gás da Rússia, cortaria seus suprimentos em 15%

    Anna Coobando CNN Business

    O ​​fornecimento de gás natural da Europa sofreu seu terceiro golpe em 48 horas, fazendo com que os preços disparassem 42% acima de onde estavam no início da semana.

    Os preços futuros do gás europeu aumentaram mais de 20% na tarde desta quarta-feira (15), atingindo US$ 125 por megawatt-hora (MWh), de acordo com dados da Intercontinental Exchange, embora os preços tenham caído ligeiramente desde então para cerca de US$ 117.

    A gigante italiana de energia ENI disse nesta quarta-feira que a Gazprom, produtora estatal de gás da Rússia, cortaria seus suprimentos em 15%. A companhia não sabe o motivo, informou um porta-voz da ENI ao CNN Business.

    A notícia chega no mesmo dia em que a Gazprom declarou que cortaria fluxos através de seu gasoduto Nord Stream 1 – uma importante artéria que liga o gás da Rússia à Alemanha – pela segunda vez em dois dias. Um grande produtor de gás natural liquefeito (GNL) nos Estados Unidos afirmou que permaneceria sem operações até setembro.

    Na terça-feira, a Gazprom afirmou que reduziria as entregas de gás via Nord Stream 1 em 40% porque a Siemens Energy atrasou o retorno das turbinas necessárias para realizar reparos no gasoduto. Então, na quarta-feira, a Gazprom disse que cortaria o fornecimento em mais um terço para 67 milhões de metros cúbicos a partir de quinta-feira.

    A Siemens havia levado as turbinas para uma de suas fábricas canadenses para manutenção. E, em comunicado na terça-feira, declarou ser “impossível” devolver o equipamento à Rússia por causa das sanções que o Canadá impôs ao país por sua invasão da Ucrânia.

    A ENI confirmou ao CNN Business que não recebe gás através do gasoduto Nord Stream 1.

    Robert Habeck, ministro da Economia da Alemanha, destacou em entrevista coletiva nesta quarta-feira que a decisão da Gazprom foi “política” e não “tecnicamente justificável”.

    “Como isso afetará o mercado de gás europeu e alemão, teremos que esperar para ver”.

    Habeck afirmou também, em comunicado, que a Gazprom está atrapalhando as operações. “Os relatórios atuais mostram claramente que a justificativa dada pelo lado russo é simplesmente um pretexto”, disse ele. “É obviamente uma estratégia para desestabilizar e elevar os preços.”

    A Europa tentou reduzir suas importações de gás natural da Rússia desde que o país invadiu a Ucrânia no final de fevereiro. O país estabeleceu uma meta de reduzir o consumo de gás russo em dois terços até o final do ano e aumentou rapidamente suas importações de GNL como substituto.

    Mas o grande produtor Freeport LNG disse na terça-feira que fecharia suas instalações no Texas por 90 dias após um incêndio na semana passada e estaria apenas parcialmente operacional até o final deste ano.

    A companhia havia dito anteriormente que a fábrica fecharia por pelo menos três semanas – a empresa fornece cerca de um quinto do GNL do mundo, de acordo com a empresa de análise Vortexa.

    Nas últimas semanas, a Gazprom cortou o fornecimento de gás para a Polônia, Bulgária e Finlândia, e para empresas de energia na Dinamarca, Alemanha e Holanda, por se recusarem a atender sua exigência de pagamento em rublos.

    Mas algumas das empresas europeias, incluindo a ENI, tentaram encontrar uma solução alternativa. A empresa disse no mês passado que iniciou o processo de abertura de duas contas no Gazprombank, uma em euros e outra em rublos.

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