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    Funcionários da Apple em Maryland votam a favor de greve

    Sindicato ressalta escalas de trabalho “imprevisíveis” e salários que não “se alinham com o custo de vida da região"

    Apple disse em comunicado que “se envolverá com o sindicato que representa nossa equipe em Towson de maneira respeitosa e de boa fé”
    Apple disse em comunicado que “se envolverá com o sindicato que representa nossa equipe em Towson de maneira respeitosa e de boa fé” Foto: Andy Wang / Unsplash

    Jordan Valinskyda CNN

    Nova York (EUA)

    Os funcionários de uma loja da Apple em Towson, no estado de Maryland, nos Estados Unidos — que foram os primeiros da gigante de tecnologia a se sindicalizarem — fizeram história mais uma vez neste sábado (11) ao votarem a favor de uma greve.

    A Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais, Coalizão de Funcionários do Varejo Organizado (IAM CORE, na sigla em inglês), o sindicato que representa os trabalhadores, disse em um comunicado à imprensa que a votação “ressalta as frustrações entre os trabalhadores em relação a questões não resolvidas no local de trabalho”.

    Os funcionários da loja em Towson, um subúrbio de Baltimore, estão em negociações contratuais com a Apple desde o ano passado sobre uma série de questões, incluindo escalas de trabalho “imprevisíveis” e salários que não “se alinham com o custo de vida da região”.

    “Esta votação de hoje é o primeiro passo para demonstrar a nossa solidariedade e envia uma mensagem clara à Apple”, disseram membros do comitê de negociação do sindicato no sábado.

    “A aprovação da votação da sanção à greve destaca o compromisso inabalável da IAM CORE em defender os direitos e o bem-estar dos trabalhadores em face aos desafios.”

    Em resposta, a Apple disse em comunicado à CNN que “se envolverá com o sindicato que representa nossa equipe em Towson de maneira respeitosa e de boa fé”.

    “Na Apple, trabalhamos duro para oferecer uma experiência excelente aos membros da nossa equipe de varejo e capacitá-los a oferecer um serviço excepcional aos nossos clientes”, disse uma porta-voz da Apple.

    “Valorizamos profundamente os membros da nossa equipe e estamos orgulhosos de oferecer-lhes remuneração líder do setor e benefícios excepcionais.”

    O sindicato da loja de Towson não divulgou em que data os membros entrariam em greve.

    Enquanto isso, outra votação para a sindicalização de uma loja foi frustrada neste fim de semana.

    Os funcionários da Apple na loja de Mall at Short Hills, em Nova Jersey, votaram contra a sindicalização no sábado, de acordo com a Bloomberg.

    O sindicato, conhecido como Trabalhadores da Comunicação da América (CWA), alegou que a Apple estava envolvida em atividades ilegais de combate aos sindicatos e atribuiu a derrota às táticas da companhia de tecnologia.

    “Em vez de deixar a decisão para os próprios trabalhadores, a empresa recorreu ao seu habitual manual anti-sindical para influenciar os resultados das eleições”, disse a CWA num comunicado obtido pela Bloomberg.

    Questões trabalhistas

    A agitação trabalhista agravou os problemas enfrentados pela fabricante do iPhone, incluindo o escrutínio regulatório em Washington, vendas lentas na China e um anúncio do iPad que saiu pela culatra.

    O Conselho Nacional de Relações Trabalhistas manteve na semana passada uma decisão alegando táticas antissindicais da Apple na cidade de Nova York.

    A onda que atinge as lojas da Apple reflete a organização em massa que começou em outras empresas influentes nos Estados Unidos, como Starbucks e Amazon.

    À medida que a Apple cresceu e se tornou a primeira empresa de US$ 3 bilhões do mundo, um mercado de trabalho apertado devido à pandemia de Covid-19 expôs as condições de trabalho e as desigualdades enfrentadas em lojas e armazéns.

    “Isso demonstra uma frustração crescente entre os trabalhadores e também um contágio na atividade laboral, que ocorre quando um grupo de trabalhadores se levanta e inspira outros”, disse Kate Bronfenbrenner, diretora de Pesquisa em Educação Trabalhista da Escola de Relações Industriais e Trabalhistas de Cornell à CNN.

    Ramishah Maruf da CNN contribuiu para esta reportagem

    Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.

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