Após reunião com ministro do Trabalho e sindicatos, Americanas reforça que não há processo de demissão em massa
Empresa diz que reafirma compromisso "de manter relacionamento próximo com os sindicatos" e o diálogo sobre questões trabalhistas
A Americanas divulgou um comunicado nesta quarta-feira (8) em que “reforça” que não iniciou nenhum processo de demissão em massa de funcionários, e que segue seu “curso normal” de operações.
A informação foi divulgada pela empresa após uma reunião realizada com o Ministério Público do Trabalho, em sessão de mediação coletiva requerida pelas Centrais Sindicais perante a Procuradoria Geral do Trabalho, e com a presença do Ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, e do Secretário-Executivo do Ministério do Trabalho e Emprego, Francisco Macena.
Segundo o comunicado, a empresa reafirmou o compromisso “de manter relacionamento próximo com os sindicatos e um diálogo produtivo e recorrente sobre questões trabalhistas, mesmo em situações não relacionadas ao processo de Recuperação Judicial”.
“O plano de recuperação definirá quais serão as ações da companhia para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que estiver finalizado. Como parte do processo, acredita que pode haver reestruturações, mas reitera que manterá o canal de comunicação aberto com todos os seus colaboradores e públicos de interesse e seu compromisso com todas as obrigações trabalhistas”, diz o texto.
Em 30 de janeiro, as centrais sindicais envolvidas na crise da companhia se reuniram com ministro Luiz Marinho para pedir apoio do governo federal diante do cenário da varejista.
O objetivo do encontro, disseram as centrais em nota, foi reforçar a “necessidade de garantia dos empregos e dos direitos dos mais de 44 mil trabalhadores diretos e de centenas de milhares de trabalhadores de toda a rede de fornecedores”.
Uns dias antes, as centrais sindicais tinham entrado com um processo na Justiça para resguardar os direitos trabalhistas dos cerca de 44 mil funcionários da Americanas. A ação pedia que a Justiça ampliasse as responsabilidades sobre a crise na varejista para os principais sócios e solicitou o bloqueio de R$ 1,53 bilhão do patrimônio de Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles para eventual pagamento em ações trabalhistas.
Na ação assinada pelas principais centrais sindicais, os representantes dos trabalhadores pediram que a Justiça do Trabalho desconsiderasse a personalidade jurídica da Americanas e passasse a tratar o caso sob a responsabilidade solidária dos principais acionistas da empresa.
Já na última sexta-feira (3), um grupo de funcionários da Americanas e sindicatos fizeram uma manifestação em frente a uma antiga loja da empresa, no centro do Rio de Janeiro. No ato, manifestantes mencionaram demissões acima do normal para esta época do ano e disseram temer a perda de direito trabalhistas.
Na ocasião, a Americanas afirmou estar cumprindo com todas as obrigações trabalhistas. Segundo a empresa, pode haver reestruturações no quadro de funcionários, que atualmente chega a cerca de 44 mil pessoas, mas não foi iniciado nenhum processo de demissão.
Na terça-feira (31), a varejista demitiu cerca de 50 empregados terceirizados no Rio de Janeiro (RJ), em São Paulo (SP) e em Porto Alegre (RS). De acordo com o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT) e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Ricardo Patah, as demissões ocorreram porque esses contratos com algumas das empresas terceirizadas com a varejista já tinham término previsto para o último dia de janeiro de 2023.