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    Banha de porco e sebo bovino da JBS são transformados em combustível para aviões; entenda

    Segundo a companhia, em dois anos, mais de 1,2 milhão de toneladas de resíduos foram usados

    Carol Raciunascolaboração para a CNN

    Os resíduos animais vindos de operações da JBS estão sendo transformados em combustível para aeronaves. O material vem do funcionamento da empresa nos Estados Unidos, Canadá e Austrália.

    Segundo a companhia, em dois anos, mais de 1,2 milhão de toneladas de sebo bovino e banha de porco já foram encaminhados para a produção de Combustível Sustentável para Aviação (SAF, do inglês) e outros combustíveis renováveis.

    Essa transformação do resíduo animal em combustível é conhecida como “cowpower”. Vale destacar que a JBS é responsável pelo fornecimento dos resíduos, processo que antecede a transformação em combustível.

    A expectativa é que a iniciativa colabore como uma alternativa ao combustível fóssil, reduzindo as emissões de carbono em até 70%. Ainda segundo a JBS, o SAF também pode ser usado como uma mistura de até 50% no tanque de querosene usado em aeronaves comerciais.

    Para o CSO global da companhia, Jason Weller, o objetivo é reforçar o compromisso da empresa com a gestão responsável de resíduos e com a promoção da economia circular nas operações.

    “O setor de aviação foi historicamente desafiado na descarbonização, pois depende de combustível fóssil. Ao reaproveitar resíduos animais, contribuímos para o meio ambiente e ajudamos este setor crítico em seu processo de descarbonização”, afirma.

     Alternativa climática amigável

    Segundo o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as emissões de dióxido de carbono (CO₂) relacionadas à aviação aumentaram em média 2,6% por ano nos últimos 25 anos e o setor de aviação comercial responde por cerca de 5% da sobrecarga global do clima.

    Com isso, o SAF se apresenta como uma alternativa climática amigável ao combustível fóssil, pois pode reduzir as emissões de carbono em até 70% e pode ser usado como uma mistura de até 50% no tanque de querosene usado em aeronaves comerciais.

    No Brasil, a Friboi iniciou estudos para testar a viabilidade de fornecer resíduos animais para a produção de combustível de aviação. Já a Biopower, também da JBS, avalia a viabilidade de produção de combustível renovável para navios, como opção ao bunker oil, combustível fóssil predominantemente utilizado pelas embarcações marítimas.

    A Biopower é uma das maiores produtoras brasileiras de biodiesel a partir de resíduos orgânicos do processamento de bovinos — uma alternativa para emitir 80% menos gás carbônico em comparação ao diesel fóssil. A empresa possui três plantas em operação, nas cidades de Mafra (SC), Lins (SP) e
    Campo Verde (MT).

    Biodiesel B100

    Em 2023, a JBS deu início a um projeto para introduzir o uso de biodiesel 100% (B100) em sua frota própria de caminhões. Um caminhão da montadora holandesa DAF já utiliza o B100 com o objetivo de comprovar a qualidade do biocombustível como um importante substituto para o setor.

    O caminhão já passou de 120 mil km de uso. O resultado mostrou que o veículo abastecido com biodiesel 100% (B100) apresentou rendimento equivalente ao diesel e emissão de até 80% menos gás carbônico.

    Os testes com B100 na frota de caminhões estão em linha com o movimento de expansão dos biocombustíveis na matriz de transportes do Brasil. Desde 1º de março, o aumento do percentual da mistura de biodiesel ao diesel vendido para o consumidor final já está funcionando na prática.

    O índice do biocombustível no diesel comercializado no país passou a ser de 14%.

    A JBS foi a primeira empresa do país a obter a autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para abastecer sua frota de caminhões.

    Localizado no complexo industrial de Lins, no interior de São Paulo, o bioponto, como é chamado, conta com duas bombas dedicadas exclusivamente ao B100 e tem a capacidade de oferecer 30 mil litros de combustível.

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