Arábia Saudita faz sua maior encomenda de aviões da história para Airbus
Fabricante europeia deve entregar primeiras das 105 aeronaves encomendadas no 1º tri de 2026
A companhia aérea nacional da Arábia Saudita fez uma encomenda de 105 aviões Airbus, no maior negócio da história da aviação saudita – e em mais uma vitória para a rival europeia da Boeing.
Ibrahim Al-Omar, diretor-geral do Grupo Saudia – estatal controladora da companhia aérea Saudia e transportadora de baixo custo Flyadeal -, disse na segunda-feira (20) que os primeiros aviões seriam entregues no primeiro trimestre de 2026.
“O Grupo Saudia anuncia hoje o maior negócio da história da aviação saudita”, afirmou num discurso no Future Aviation Forum, em Riade, referindo-se ao contrato com a Airbus.
A frota atual do Grupo Saudia é composta por 93 aeronaves Airbus e 51 Boeing, segundo seu site. E o último acordo aumenta ainda mais o saldo da fabricante europeia, que já tinha uma encomenda de 39 aeronaves a entregar, segundo comunicado da Airbus.
Al-Omar não especificou se foi o número de aviões encomendados ou o valor total da encomenda que tornou este o maior negócio da aviação da Arábia Saudita.
Quando questionado pela CNN sobre o assunto, bem como sobre o valor do negócio, o Grupo Saudia não respondeu, enquanto a Airbus não quis comentar.
Mas, em comunicado à imprensa, os organizadores do Fórum da Aviação do Futuro afirmaram que a nova encomenda totalizou US$ 19 bilhões.
Numa declaração separada, Al-Omar disse que a nova ordem ajudaria a concretizar a Visão 2030 da Arábia Saudita, um programa voltado à sustentabilidade e que visa diversificar a economia do país longe do petróleo. Uma parte fundamental do programa é tornar o reino um destino atraente para os turistas.
“A Arábia Saudita tem objetivos operacionais ambiciosos para atender à crescente demanda”, disse Al-Omar. “Estamos aumentando a capacidade de voos e de assentos em nossos mais de 100 destinos existentes em quatro continentes, com planos de expansão adicional.”
O país espera atrair 150 milhões de turistas por ano até 2030, de acordo com a sua Estratégia Nacional de Turismo.
Mais uma vitória da rival da Boeing
A notícia do acordo saudita chega no momento em que a principal rival da Airbus, a Boeing, enfrenta intenso escrutínio sobre uma série de falhas de segurança, entre elas a explosão da fuselagem de um avião em pleno voo em janeiro.
O incidente gerou uma série de investigações sobre as práticas da Boeing, uma mudança de executivos e promessas de que a empresa se recuperará.
Mas a Boeing tem enfrentado dificuldades desde que os acidentes fatais de sua aeronave 737 Max em 2018 e 2019 resultaram na suspensão de 20 meses de seu avião mais vendido.
A empresa também foi atingida pela pandemia, que quase paralisou as viagens durante meses e causou profundos prejuízos na maioria das companhias aéreas que compram aviões da Boeing.
Desde o início da suspensão em 2019, a empresa relatou perdas ajustadas em torno de US$ 32 bilhões. Desde o início deste ano, o valor das suas ações despencou quase 28%.
Apesar de ter uma carteira de pedidos de mais de 5.600 jatos comerciais, no valor de US$ 529 bilhões, a Boeing não consegue fabricar aviões com rapidez suficiente a cada ano para obter lucro, enquanto trabalha para resolver seus problemas de qualidade.
Enquanto isso, a Airbus relatou uma carteira de pedidos de quase 8.600 aeronaves no final de 2023 e registrou um lucro de € 3,8 bilhões (US$ 4,1 bilhões) no ano.