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    Não precisava tirar todo o Auxílio Brasil do teto de gastos, diz economista

    Proposta orçamentária já previa benefício no valor de R$ 400 em 2023; proposta do novo governo quer manter pagamentos de R$ 600

    Juliana Eliasdo CNN Brasil Business

    em São Paulo

    Para o comentarista de economia da CNN Aod Cunha, o que mais assustou os mercados nesta quinta-feira (17) foi o tamanho e a forma como foi proposto o rombo incluído na PEC da Transição, ou “PEC do Estouro”, como já vem sendo chamada.

    A proposta de emenda à Constituição apresentada na quarta-feira (17) pela equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva propôs despesas extras e fora do teto de R$ 198 bilhões em 2023, o dobro do que era esperado pelo mercado. Como resultado, tanto a bolsa de valores quanto o dólar tiveram mais um dia amargo de negociações na sessão desta quinta-feira.

    A ideia inicial da PEC era fazer ajustes na proposta de Orçamento para o próximo ano de maneira a comportar promessas eleitorais e programas que não estavam previstos e que não cabem no limite definido pelo teto de gastos para o ano, como a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 e um reajuste maior para o salário mínimo.

    A proposta para a lei orçamentária foi apresentada pelo atual governo prevendo um auxílio de apenas R$ 400 em 2023.

    “Já havia, dentro do teto, previsão orçamentária para os R$ 400; precisava [de acréscimo de gastos] só para os R$ 200. Isso seria algo como R$ 50 bilhões ou R$ 60 bilhões [a mais]”, explicou Cunha.

    “Mas a PEC nova tira todo o Auxílio Brasil, e aí estamos falando de R$ 175 bilhões, o que abre mais espaço para despesas dentro do próprio Orçamento, para obras ou outros gastos. Isso é o que realmente assustou, porque significa que podemos ir para um déficit primário no próximo ano de até 2% [do PIB].”