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    Não há iniciativa de mudar status do Banco Central, diz Randolfe à CNN

    Ainda assim, senador afirmou que debater revisão da taxa de juros interessa porque "país tem que crescer"

    Layane SerranoTiago Tortellada CNN , em São Paulo

    Em entrevista exclusiva à CNN nesta quarta-feira (8), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou que não há iniciativa para mudar o status do Banco Central (BC), mas que o debate da revisão da taxa de juros interessa ao governo porque o “país precisa crescer”.

    “Não tem nenhuma iniciativa para revisão do status para o qual o Banco Central foi alçado e que foi aprovado pelo Congresso Nacional”, destacou.

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem criticando o Banco Central, o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e a taxa de juros. Em suas declarações, Lula questiona a independência da autoridade monetária, em vigor desde 2021.

    O chefe de Estado disse, inclusive, que o Senado deveria ficar vigilante quanto ao assunto.

    Randolfe destacou que, o tema da taxa de juros “não pertence nem somente ao mercado, nem somente ao Copom; é um tema da sociedade brasileira”.

    Ele acrescentou que o presidente do BC “precisa vir ao Congresso Nacional sempre”, mas observou que respeita tanto a instituição quanto seu presidente.

    “Queremos debater e vamos debater com o Banco Central, porque a autonomia do BC não quer dizer autonomia em relação à sociedade brasileira”, afirmou, adicionando que há objetivos públicos em leis que devem ser alcançados.

    “Interessa ao governo do presidente Lula e a todos nós debater a taxa de juros, porque o país tem que crescer. O país tem que crescer, porque tem que gerar empregos e tirar as pessoas da fome”, complementou o senador.

    Âncora fiscal e reformas

    O senador Randolfe Rodrigues reforçou o anúncio feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que até abril haverá uma nova proposta de âncora fiscal para ser aprovada.

    “Não me venham falar de incerteza fiscal em relação ao governo”, pontuou.

    Quanto à reforma tributária, o senador ponderou que ela é “necessária e imperiosa”, e que sua aprovação é uma determinação do governo.

    Além disso, ressaltou que, conforme Haddad disse em reunião com líderes do governo em que o parlamentar esteve presente, “a reforma tributária pode representar para nós 10%, pelo menos, de crescimento econômico; 10% de crescimento no nosso PIB, somente com sua apreciação”.

    Confusão com youtuber

    Sobre ter tomado o celular do youtuber Wilker Leão — o mesmo que chamou Jair Bolsonaro de “tchutchuca do Centrão” — na última quinta-feira (2), o senador disse novamente que não se orgulha do ato.

    “Sou humano, erro, peco e dias ruins a gente tem todo dia (sic), sobretudo com os encargos que tenho”, pontuou.

    Segundo explicou, o homem fazia uma pergunta quando passou a ofendê-lo, o que resultou na reação de Randolfe.

    Ele ainda brincou que deveria haver um curso para os parlamentares aprenderem a como lidar “concretamente” com casos do tipo.

    O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) entrou com uma denúncia no Conselho de Ética da Casa pela confusão.

    Randolfe, por sua vez, disse à CNN que não entende que o acontecimento seja passível de apreciação do conselho, mas que se isso for proposto, “está à disposição para debater”.

    Ampliação da base governista

    Outro ponto abordado durante a entrevista foi a base aliada do governo no Congresso. Ele ressaltou que o objetivo é “ter um horizonte confortável para fazer mudanças constitucionais”.

    Assim, afirmou que irá conversar com o líder do PL na Câmara para aumentar o número de parlamentares que devem votar junto aos governistas.

    “Estou muito convencido que vamos ampliar a base de apoio do governo na Câmara, para chegar ao número constitucional – hoje, estamos um pouco abaixo do número constitucional, que é de 308 deputados – e no Senado também superarmos bem o número de votos que teve o presidente Rodrigo Pacheco”, ponderou.

    Quanto ao número de congressistas, Randolfe avaliou que “55 no Senado é um número razoável; 310 a 320 na Câmara, considero um número mais do que razoável”.

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