Musk tem dados do Twitter, mas estimar contas falsas será difícil, dizem especialistas
Cientistas de dados duvidam que informações disponíveis forneçam respostas conclusivas que Musk busca sobre o número de contas falsas na plataforma
Elon Musk obteve acesso aos dados do Twitter que ele diz serem necessários para completar sua aquisição de US$ 44 bilhões.
Cientistas de dados e especialistas, porém, duvidam que as informações disponíveis forneçam respostas conclusivas que Musk busca sobre o número de contas falsas na plataforma.
Após algumas idas e vindas legais entre os dois lados, o Twitter nas últimas semanas forneceu a Musk dados históricos de tuítes e acesso à sua chamada “mangueira de incêndio” de tuítes, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Esse mecanismo mostra a enxurrada de todos os tuítes quase em tempo real.
As pessoas postam centenas de milhões de vezes por dia na plataforma, de acordo com a empresa.
O acesso de Musk a esses dados pode facilitar o caminho para a conclusão da compra. Ele disse que o acordo não prosseguiria a menos que ele pudesse ver esses dados para avaliar as alegações da empresa sobre quantos de seus usuários são spam ou contas falsas.
O Twitter estima há muito tempo que spam ou contas falsas representam menos de 5% de seus usuários ativos diários monetizáveis, que mais recentemente foram estimados em 229 milhões. Musk disse acreditar que o número pode estar mais próximo de 20%.
Por conta da natureza dos dados fornecidos, será difícil para qualquer pessoa chegar a conclusões claras em um curto período que provem se as estimativas do próprio Twitter para contas falsas e de spam são precisas, dizem analistas de dados e especialistas em redes sociais.
Como o Twitter tem um protocolo único sobre como determina tais contas, quaiquers outras estimativas também são difíceis de fazer a comparação.
A tal “mangueira de incêndio” é “apenas uma sequência de tuítes públicos” que contém uma quantidade tão grande de dados finitos que não é prático analisá-la para spam, disse o consultor de empresas de mídia social em questões de confiança e segurança, Micah Schaffer que trabalhou anteriormente no YouTube e Snap.
Torná-lo disponível para Musk é “mais uma coisa do tipo cale a boca e vá embora do que uma grande concessão”, afirmou.
Pessoas familiarizadas com o assunto dizem que Twitter orientou Musk em seu processo de cálculo de usuários diários monetizáveis.