Moody’s corta rating da Americanas após liminar de proteção contra credores
Segundo a escala da Moody's, obrigações classificadas como 'Caa' são consideradas especulativas com baixo posição e estão sujeitas a risco de crédito muito elevado
A agência de classificação de risco Moody’s cortou nesta segunda-feira (16) a nota de crédito da Americanas de ‘Ba2’ para ‘Caa3’ e colocou o rating em revisão para rebaixamento adicional, acompanhando o movimento de suas pares Fitch e Standard&Poor’s na última sexta-feira (13).
Segundo a escala da Moody’s, obrigações classificadas como ‘Caa’ são consideradas especulativas com baixo posição e estão sujeitas a risco de crédito muito elevado. A nota ‘Ba’ também representa obrigações consideradas especulativas, mas sujeitas a substancial risco de crédito.
A decisão, de acordo com a Moody’s segue o anúncio de sexta-feira, quando a varejista obteve uma liminar protegendo-a por 30 dias contra vencimento antecipado de dívidas, prazo que a varejista poderá usar para obter um acordo com credores ou pedir uma recuperação judicial.
“A Moody’s acredita que, na ausência de um acordo com os credores para salvaguardar a liquidez, é provável que a empresa entre em recuperação judicial dentro de 30 dias a partir do anúncio”, afirmou em comunicado.
Também acredita que a empresa apresentará alternativas para melhorar a estrutura de capital, incluindo a um possível aporte de capital dos acionistas de referência. E ainda atrela o corte no rating a maiores riscos de governança, “em particular a falta de controles e transparência adequados”.
“A imposição do ‘standstill’ aos credores segue uma forte deterioração da confiança e o aumento do risco de crédito com incertezas relacionadas ao nível de endividamento da empresa e sua capacidade de servir essa dívida”, afirma a Moody’s no comunicado.
Além disso, a agência ainda vê aumento do risco de violação de cláusulas e aceleração da dívida na ausência do suspensão automática concedida em 13 de janeiro.
A S&P e a Fitch cortaram já haviam cortado as notas de crédito da Americanas na última sexta-feira.