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    Ibovespa fecha em alta com Ômicron e commodities no radar, dólar cai

    Moeda norte-americana encerrou em queda de 1,27%, cotada a R$ 5,62

    Painel da B3
    Painel da B3 Divulgação

    Reuters São Paulo

    O Ibovespa fechou em alta o pregão desta terça-feira (7), o que resultou na quarta sessão consecutiva de ganhos, alinhado com as bolsas nos Estados Unidos. O principal índice brasileiro terminou em alta de 0,65%, aos 107.557,67 pontos.

    Já o dólar caiu com força frente ao real hoje, e fechou cotado a R$ 5,620, queda de 1,27%.

    Nesta tarde, por volta das 14h, o principal índice brasileiro chegou a bater os 108 mil pontos, sendo a maior alta em quase um mês. Alguns dos maiores responsáveis pelo bom desempenho foram: a diminuição dos receios sobre a variante Ômicron e a alta nas commodities.

    Veja os principais destaques da sessão de hoje:

    Maiores altas

    • Méliuz (CASH3) +13,58%
    • Banco Inter (BIDI11) +13,36%
    • Banco Inter (BIDI4) +12,14%
    • Locaweb (LWSA3) +6,97%
    • Banco Pan (BPAN4) +6,06%

    Maiores baixas

    • Eztec (EZTEC3) -4,35%
    • MRV (MRVE3) -3,08%
    • Multipar (MULT3) -2,81%
    • Cogna (COGN3) -2,73%
    • IRB Brasil (IRBR3) -2,31%

    Dólar

    A moeda norte-americana acompanhou a melhora no apetite por risco internacional diante de redução nos temores relacionados à variante, enquanto na cena doméstica o foco recaía sobre a reunião de política monetária do Banco Central.

    Para além dos tradicionais fatores sazonais, a demanda por dólares deve aumentar neste fim de ano devido ao desmonte da posição de “overhedge” – uma proteção cambial adicional que deixou de ser interessante após mudanças tributárias – pelos bancos, movimento que também ocorreu no fechamento de 2020.

    Ao mesmo tempo, de olho nessa pressão, o Banco Central tem realizado, nas segundas e quartas-feiras, leilões de swap cambial tradicional com o objetivo de manter o funcionamento regular do mercado de câmbio.

    Commodity

    As importações de minério de ferro pela China aumentaram 14,6% em novembro em relação ao mês anterior, atingindo o maior nível desde julho de 2020, mostraram dados alfandegários nesta terça-feira, embora um mercado de aço lento tenha amortecido a demanda pela matéria-prima.

    A maior consumidora mundial de minério de ferro trouxe 104,96 milhões de toneladas no mês passado, acima das importações de outubro de 91,61 milhões, e também alta de 6,9% em relação a novembro de 2020, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas.

    O salto nas importações, dominado por produtos da Austrália e do Brasil, superou as expectativas do mercado em meio ao arrefecimento dos preços do minério de ferro e à queda na demanda por aço.

    Ao mesmo tempo, por volta das 18h, horário de Brasília, o petróleo WTI crescia 3,21%, a US$ 71,75, enquanto brent tinha alta de 2,83%, a US$ 75,15.

    Ômicron

    A Ômicron tem ficado sob os holofotes dos mercados financeiros globais nos últimos dias, uma vez que ainda há dúvidas sobre o quão grave e contagiosa é a cepa recém-descoberta, listada pela OMS como “variante preocupante”.

    Mas muitos investidores têm mostrado esperança de que a variante não terá um impacto sanitário tão grande, visto que ainda não há evidências concretas de que a cepa seria resistente às vacinas contra a Covid-19.

    “O receio está passando, [a Ômicron] parece ser menos letal do que se temia”, disse Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos.

    Cenário político-fiscal

    Nagem também citou o encontro de dois dias do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central como fator de suporte para o real, já que há ampla expectativa de elevação da taxa Selic em 1,50 ponto percentual, a 9,25% ao ano.

    Juros mais altos no Brasil elevam a rentabilidade do mercado de renda fixa doméstico, o que tenderia a atrair mais recursos estrangeiros para o país, aumentando a demanda pelo real.

    Apesar da queda do dólar neste pregão, alguns investidores apontavam incertezas à frente para o mercado local em meio a debates em torno da promulgação de partes da PEC dos Precatórios, o chamado “fatiamento”.

    “Caso possa ser fatiada, o governo poderá iniciar o pagamento do programa Auxílio Brasil já em dezembro de 2021. Caso contrario, como não haverá tempo antes do recesso parlamentar de discutir e aprovar a PEC na Câmara, não sabemos que solução será adotada para que o presidente possa iniciar o programa ainda em 2021, o que vai aumentar a tensão nos mercados financeiros do Brasil”, avaliaram em nota analistas da Genial Investimentos.

    A Proposta da Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios altera as regras do pagamento dessas dívidas do governo e modifica o prazo de correção do teto de gastos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), abrindo espaço fiscal de mais de R$ 100 bilhões. Já analisada pelas duas Casas do Congresso, a PEC foi bastante modificada em sua tramitação no Senado.

    Nagem, da Terra Investimentos, disse acreditar que a PEC “vai passar sem maiores problemas”, o que, segundo ele, aliviaria parte dos temores fiscais domésticos e daria suporte ao real. Mesmo assim, ele alertou para “a aproximação da virada do ano, que ajuda a dar uma pressionada no dólar (para cima)”.

    *Com colaboração de Ligia Tuon e Artur Nicoceli