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    Ibovespa cai mais de 2% com expectativa sobre Selic; dólar sobe a R$ 5,24

    Moeda norte-americana teve maior valor de fechamento desde 3 de agosto após valorizar 1,67%; mercado repercute fala de Campos Neto sobre possível reajuste nos juros na próxima reunião do Copom

    Brasil não terá sessão de negociação na quarta-feira (7) devido a um feriado
    Brasil não terá sessão de negociação na quarta-feira (7) devido a um feriado Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    João Pedro MalarFabrício Juliãodo CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta terça-feira (6) em queda de 2,17%, aos 109.763 pontos. O mercado repercutiu na sessão de a fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante evento na noite de segunda-feira. O tom foi considerado mais duro em relação à política monetária e com indicativos para um aumento da taxa Selic na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Econômica), em 21 de setembro, um quadro negativo para a renda variável.

    O índice recuou também em meio à aversão a risco com aumento dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano e a retração dos preços do minério de ferro na China e do petróleo.

    O minério de ferro recuou 0,7% no norte da China para US$ 97,30 por tonelada, enquanto o barril do tipo Brent fechou o dia em queda de 3,03%, sendo negociado a US$ 92,54, devolvendo os ganhos do dia anterior.

    Já o dólar subiu 1,67%, a R$ 5,239, favorecido pela continuidade da aversão a riscos entre investidores, que buscam ativos mais seguros em meio a preocupações com o cenário externo e antes do feriado de 7 de setembro no Brasil. Este é o maior valor da moeda desde 3 de agosto, quando terminou o dia cotada a R$ 5,278.

    Em evento, o presidente do BC afirmou que a autarquia “continua navegando em um ambiente de alta incerteza” e que o Comitê de Política Monetária (Copom) seguirá vigilante e analisará um possível ajuste final na taxa Selic neste mês.

    Mesmo com as falas de Campos Neto, o mercado ainda aposta na manutenção dos juros em 13,75% neste mês, mas já não se surpreenderá com um avanço de 0,25 ponto percentual, que levaria a taxa básica de juros a 14% ao ano.

    Os investidores também seguem monitorando os desdobramentos da crise de fornecimento de gás natural na Europa, com a Rússia suspendendo o envio do produto pelo seu principal gasoduto no continente. Os temores envolvem um risco de recessão na região conforme o inverno se aproxima, aumentando a demanda por gás.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de outubro de 2022.

    Na segunda-feira (5), o dólar teve recuo de 0,64%, a R$ 5,153. Já o Ibovespa registrou alta de 1,21%, cotado aos 112.203,35 pontos.

    Sentimento global

    A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, o que impacta a demanda do país por commodities.

    Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições. O cenário, entretanto, pode mudar dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • TIM (TIMS3): 2,19%
    • Telefônica Brasil (VIVT3): 0,77%
    • Suzano (SUZB3): 0,56%
    • Carrefour (CRFB3): 0,54%
    • BRF (BRFS3): 0,49%

    Maiores baixas

    • MRV (MRVE3): 8,51%
    • Via (VIIA3): 7,67%
    • Magazine Luiza (MGLU3): 7,41%
    • CVC (CVCB3): 7,12%
    • Qualicorp (QUAL3): 6,58%

    *Com informações da Reuters