Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ibovespa fecha em queda de 1,78% com mau humor global e reforma tributária no radar; dólar vai a R$ 4,93

    Atenção do mercado doméstico está voltada para a Câmara dos Deputados, que deve votar o texto da reforma tributária a partir das 18h; investidores também digerem a ata do Fed e os dados de emprego dos EUA

    Dia tem agenda de indicadores esvaziada e atenção no Congresso brasileiro
    Dia tem agenda de indicadores esvaziada e atenção no Congresso brasileiro Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

    Iasmin Paivada CNN

    São Paulo

    O Ibovespa fechou em queda e o dólar subiu ao maior patamar em mais de um mês nesta quinta-feira (6), com investidores dividindo as atenções entre cenário global e a agenda política doméstica.

    O principal indicador da bolsa brasileira perdeu 1,78%, aos 117.428 pontos.

    A pressão do cenário global deu força ao dólar, que subiu 1,62%, fechando a R$ 4,930, o pior patamar desde 2 de junho, quando encerrou cotado a R$ 4,957.

    Lá fora, Wall Street e as principais praças da Europa também fecharam no vermelho, após dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos virem acima do esperado.

    O resultado reforça a tese de que o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), vá retomar a alta dos juros já no fim deste mês e aumenta a tensão de recessão na maior economia do mundo.

    Já a pauta doméstica está voltada às preparações para o início da votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados.

    A matéria é considerada por especialistas uma das medidas de maior impacto para estrutura econômica do país debatida nas últimas décadas.

    O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que pretende iniciar, por volta das 18h, a votação em primeiro turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC).

     

    Queda generalizada

    Das 86 ações listadas no Ibovespa, apenas cinco fecharam no campo positivo. A maior alta foi da IRB (IBRS3), com ganhos de 5,02%, enquanto Eztec (EZTC3) e CPFL Energia (CPFE3) subiram 2% e 1,69%, respectivamente.

    Na outra ponta, as companhias mais expostas à economia doméstica sofreram com o avanço dos juros por toda a curva.

    Os papéis da Gol (GOLL4) caíram 9,78%, liderando as perdas. Na sequência, Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VIIA4) e Azul (AZUL4) cederam 7,62%, 6,76% e 6,50%, respectivamente.

    O cenário é reforçado pelo desempenho negativo das maiores empresas da bolsa.

    Os papéis da Vale (VALE3) perderam 0,72%, enquanto as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) cederam 1,53% e as ordinárias (PETR3) recuaram 1,27%.

    Pessimismo global

    O movimento da bolsa brasileira acompanha o sentido negativo de Wall Street, com o índice Dow Jones caindo 1,04%, o S&P 500 perdendo 0,77%, e o índice de tecnologia Nasdaq Composite recuando 0,76%.

    No outro lado do Atlântico, o índice de referência do mercado europeu, Stoxx 600, fechou com perda de 2,34%.

    O mercado debate os dados de trabalho no setor privado dos EUA, que registrou a criação de 497.000 vagas de emprego em junho, mostrou o relatório ADP National Employment nesta manhã.

    Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 228.000 postos no setor privado.

    Os números pressionam as expectativas de novas elevações dos juros pelo Fed, atualmente na banda de 5% e 5,25%.

    Investidores também seguem digerindo a ata do BC norte-americano que foi divulgada na véspera. O texto mostrou que a grande maioria das autoridades da autarquia esperava mais aperto da política monetária, reforçando a chance de retomada do ciclo de altas de juros.

    *Com informações de agência Reuters