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    Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras; dólar sobe a R$ 5,22

    Próximo ao encerramento do pregão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, começou a detalhar como será o fim da desoneração dos impostos sobre combustíveis

    Da CNN*

    O Ibovespa fechou em queda de 0,74% nesta terça-feira (28), aos 104.931,93 pontos, após rondar a estabilidade ao longo da sessão. O índice trocou de sinal após a Petrobras anunciar redução no preço da gasolina e do diesel nesta tarde. A companhia divulga seu balanço referente ao 4º trimestre de 2022 nesta quarta-feira (1º).

    Já o dólar fechou em alta pela terceira sessão seguida, com valorização de 0,36% nesta terça-feira, cotado a R$ 5,22.

    As ações da estatal pressionaram o índice, com queda de 4,39% (ON) e 3,48% (PN). PetroRio ON liderou o campo negativo, com desvalorização de 9,04% no dia. 3R Petroleum teve queda de 6,97%.

    Próximo ao encerramento do pregão, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu a imprensa para anunciar os detalhes sobre o fim da desoneração dos impostos sobre combustíveis.

    Entre outras medidas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o governo brasileiro decidiu taxar a exportação de petróleo em 9,2% pelos próximos quatro meses. As ações de petrolíferas aceleraram perdas no final do pregão.

    Há ainda receios relacionados ao futuro da política de preços da estatal, com analistas ressaltando que qualquer proposta que sugira desvincular os preços domésticos da referência de paridade de importação implicaria mudanças significativas na rentabilidade da empresa.

    “O mercado de ações continua volátil, cada hora vem uma notícia..”, afirmou César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. “Isso acaba deixando o mercado volátil e nervoso”, acrescentou.

    O último pregão do mês também foi marcado por noticiário corporativo intenso, incluindo resultados do varejista GPA e da elétrica EDP Brasil, além de anúncio de investimentos da Weg, dados de produção da Braskem e eventual desinvestimento da BRF.

    Resultado mensal

    Em fevereiro, o Ibovespa acumulou queda de 7,49%, em parte pela saída de estrangeiros na esteira de reavaliações sobre o ciclo de alta dos juros nos Estados Unidos, mas também por preocupações locais envolvendo a relação entre governo e Banco Central e as metas de inflação, entre outros fatores.

    Na visão de Lucas Martins, especialista em renda variável da Blue3, o Ibovespa teve “uma queda considerável” no mês, amplificada por fatores globais, notadamente expectativas com a política monetária norte-americana, mas também questões locais, como o risco fiscal, “que ainda está bastante latente no país”.

    “Isso fez com que investidores internacionais buscassem alternativas de ativos em países com economias mais desenvolvidas e com menor risco de perdas no curto e médio prazos”, observou.

    Até o dia 24, segundo os dados mais recentes disponibilizados pela B3, as vendas por estrangeiros no mercado secundário de ações brasileiro superavam as compras em 1,1 bilhão de reais em fevereiro, contra um saldo positivo de 12,55 bilhões de reais em janeiro.

     

    Dólar

    A sessão também contou com volatilidade devido à disputa pelo fechamento da taxa Ptax do fim de fevereiro — uma taxa cambial calculada pelo Banco Central, que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

    No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.

    Na véspera, o dólar negociado no mercado interbancário fechou cotado a R$ 5,207, em alta de 0,16%.

    O Banco Central fez neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de abril de 2023.

    *Publicado por Ana Carolina Nunes. Com informações de Muriel Porfiro, da CNN, e da Reuters.

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