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    Ibovespa acompanha exterior e recua; dólar fecha estável após ata do Copom

    O real teve bom desempenho com o mercado analisando a sinalização do Banco Central de mais elevações de juros

    Matheus Prado e Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    O dólar teve variação negativa de 0,04%, a R$ 5,5168 na venda nesta terça-feira (23). Mesmo com a moeda americana tomando fôlego na última hora e meia de negócios, o real teve desempenho bem melhor que seus pares, com investidores analisando a sinalização do Banco Central de mais elevações de juros. 

    Na B3, o Ibovespa seguiu o exterior e caiu, depois de ter ensaiado uma reação no início da tarde. O índice recuou 1,49%, para 113.261 pontos. 

    Países temem um aumento brusco nos níveis de inflação e voltam a repercutir o avanço do coronavírus.

    Bolsa de Valores
    Bolsa de Valores, Ações, Investimentos
    Foto: Vecteezy

    IRB (IRBR3) avançou 5,91%, após reportar lucro líquido de R$ 17,9 milhões em janeiro, revertendo prejuízo um ano antes. O faturamento de competência (prêmio ganho) totalizou R$ 410,9 milhões (+20,9%) e o índice de sinistralidade ficou em 70,6% no período.

    Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) perderam 6,8% e 1,98%, respectivamente, afetadas pelo cenário ainda complicado para a pandemia de Covid-19, com medidas de restrição alimentando preocupações com os resultados das companhias aéreas.

    Itaú (ITUB4) cedeu 2,54%, em sessão de fraqueza de papéis de bancos, dado o ambiente menos favorável a risco. Bradesco (BBDC4) recuou 0,99%.

    Petrobras (PETR3 e PETR4) recuou mais de 2%, na esteira do declínio relevante do petróleo no exterior. A companhia iniciou a chamada fase vinculante do processo para venda de sua participação nos importantes campos de petróleo e gás de Albacora e Albacora Leste.

    Na Europa, mais ações para combater o coronavírus podem ser necessárias na França, com a quantidade de casos novos acelerando apesar de novo lockdown, enquanto a Alemanha prorrogou o seu lockdown até meados de abril.

    “Apenas um progresso claro na campanha de vacinação poderá acalmar os mercados novamente e, até agora, há poucos sinais de que a UE será capaz de acelerar significativamente as vacinações a curto prazo”, afirmou o analista Milan Cutkovic, da Axi.

    Internamente, o mercado digere ainda a ata do Copom, produzida durante a reunião que voltou a aumentar a taxa Selic após seis anos. Para o Comitê, o impacto do recrudescimento da pandemia na atividade econômica em 2021 deve ser menos profundo do que o observado no ano passado.

    Além disso, e apesar da recente aprovação de reformas importantes, os riscos fiscais de curto prazo seguem elevados em razão do agravamento da pandemia, implicando um viés de alta nas projeções para inflação. Essa é a justificativa para um ajuste superior ao esperado na taxa de juros.   

    O Banco Central anunciou para esta sessão leilão de swap tradicional para rolagem de até 16 mil contratos com vencimento em dezembro de 2021 e abril de 2022.

    Lá fora

    Os mercados acionários dos Estados Unidos tiveram queda nesta terça-feira, com preocupações acerca do custo dos gastos com infraestrutura e possíveis aumentos de impostos para pagar o pacote de alívio de US$ 1,9 trilhão do presidente Joe Biden. Os receios pesaram sobre o sentimento dos investidores, que também temem mais quedas nos mercados.

    O Dow Jones recuou 0,94%, aos 32.423 pontos, o S&P500 perdeu 0,76%, aos 3.910 pontos, e o Nasdaq desvalorizou-se 1,12%, aos 13.227 pontos.

    Comentários da secretária do Tesouro, Janet Yellen, em defesa de planos em desenvolvimento para futuros aumentos de impostos a fim de custear os novos investimentos públicos, mesmo afirmando que a economia dos EUA continua em crise por causa da pandemia, colocaram investidores em alerta.

    As ações europeias caíram ante um pico de um ano nesta terça-feira, já que uma nova onda de infecções por coronavírus e um novo lockdown na Alemanha aumentaram os temores de uma lenta recuperação econômica em relação ao choque provocado pela pandemia.

    O índice STOXX 600 caiu 0,2% depois que uma nova rodada de sanções contra a China atingiu os mercados asiáticos.

    O índice alemão DAX ficou estável depois que a chanceler Angela Merkel decidiu prorrogar o lockdown no país até 18 de abril e pediu aos cidadãos que fiquem em casa por cinco dias durante o feriado de Páscoa.

    A fabricante sueca de caminhões Volvo recuou 7,0%, depois de alertar que a escassez de semicondutores terá um impacto substancial na produção no segundo trimestre.

    As bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta terça-feira (23), uma vez que sanções impostas à China pelos EUA e pela União Europeia (UE) prejudicaram o apetite por risco.

    O índice acionário japonês Nikkei caiu 0,61% em Tóquio hoje, a 28.995,92 pontos, enquanto o Hang Seng cedeu 1,34% em Hong Kong, a 28.497,38 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,01% em Seul, a 3.004,74 pontos, e o Taiex registrou perda marginal de 0,07% em Taiwan, 16.177,59 pontos.

    Na China continental, o Xangai Composto teve queda de 0,93%, a 3.411,51 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 1,13%, a 2.197,71 pontos.

    O mau humor veio após EUA e UE anunciarem sanções ontem contra a China por supostos abusos de direitos humanos de minorias étnicas na região de Xinjiang. Em retaliação, Pequim impôs medidas punitivas a indivíduos e entidades europeus.

    Temores persistentes de que a China comece a reverter suas medidas de estímulo fiscal e monetário, diante de sinais de que sua economia continua se recuperando dos choques da pandemia de covid-19, também pesaram nos negócios. Ontem, o banco central chinês deixou seus juros de referência inalterados pelo 11º mês consecutivo.

    Na Oceania, a bolsa australiana seguiu o tom negativo da Ásia, e o S&P/ASX 200 recuou 0,11% em Sydney, a 6.745,40 pontos.

    *Com informações da Reuters e do Estadão Conteúdo