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    Ibovespa fecha em queda de 0,89% refletindo Wall Street; dólar fica a R$ 5,16

    Principal índice da B3 encerrou aos 110.500,53 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 0,09%

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa encerrou em queda de 0,89%, aos 110.500,53 pontos, nesta segunda-feira (22), acompanhando a tendência negativa nas bolsas dos EUA, à medida que o mercado aguarda por discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta semana durante evento anual em Jackson Hole.

    Vale e Itaú Unibanco pressionaram o índice. Do outro lado, Petrobras se recuperou acompanhando a melhora do petróleo. Americanas disparou mais de 20% com anúncio de Sergio Rial para presidente-executivo.

    Esse foi o menor patamar desde 11 de agosto (109.718 pontos). Á época, o índice foi prejudicado por um movimento de ajuste e realização de lucros após uma sequência de sete pregões de valorização, e seguiu também um dia negativo nas bolsas do exterior.

    O dólar também fechou rondando a estabilidade, com leve queda de 0,09%, cotado a R$ 5,164. A moeda norte-americana reverteu o avanço da maior parte da sessão, com o real beneficiado por um fluxo estrangeiro para países exportadores de commodities e de taxas mais altas de juros, que funcionam como um amortecedor a pressões cambiais.

    O gestor de um fundo em São Paulo chamou atenção para entradas de recursos estrangeiros. Mais recentemente, é a conta financeira – pela qual passam empréstimos externos, remessas de lucros e dividendos e investimentos em portfólio – que sustenta o fluxo cambial no azul.

    Na sexta-feira, o dólar caiu 0,06%, a R$ 5,168, acumulando alta de 1,86% na semana. Já o Ibovespa desvalorizou 2,04%, aos 111.496,21 pontos, com perda semanal de 0,7%.

    Minério de ferro

    Os contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Singapura subiram nesta segunda-feira, depois que a China cortou as taxas de empréstimo de referência para apoiar sua economia. Mas a recuperação dos preços deve durar pouco, já que as perspectivas de demanda permanecem nebulosas.

    A China cortou sua taxa de empréstimo de referência e reduziu a referência de hipoteca, somando-se às medidas de flexibilização da semana passada, enquanto se esforça para reviver uma economia prejudicada por uma crise imobiliária e um ressurgimento de casos de Covid-19.

    Na Bolsa de Singapura, o contrato de minério para setembro subiu 1,1%, para US$ 101,90 a tonelada.

    O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange chegou a subir 2,6%, para 698 iuanes (US$ 102,21) a tonelada, antes de diminuir a alta e encerrar as negociações com ganho de 1,5%, uma vez que as perspectivas de demanda permaneceram sombrias.

    Petróleo

    Após uma sessão volátil, os contratos futuros de petróleo fecharam em queda nesta segunda-feira, em meio a temores renovados de que uma desaceleração econômica global prejudique a demanda pela commodity. Do lado da oferta, segue no radar o avanço das discussões para reavivar o acordo nuclear com o Irã.

    O petróleo WTI para outubro, contrato mais líquido, fechou em queda de 0,09% (US$ 0,08), a US$ 90,36 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex). Já o Brent, na Intercontinental Exchange (ICE), para o mesmo mês caiu 0,25% (US$ 0,24), a US$ 96,48 o barril.

    O óleo passou a cair mais de 3%, após sinais de avanços em conversas para a retomada do acordo nuclear de potências econômicas com o Irã. Os países signatários do acordo com o Irã sobre política nuclear podem realizar uma reunião “esta semana” para reviver esse entendimento, disse na o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell. De acordo com ele, as partes do acordo haviam programado uma reunião em Viena no final da semana passada, mas não foi possível. É possível que ocorra nesta semana.

    Por outro lado, o Irã confirmou que ainda não recebeu uma resposta dos Estados Unidos, culpando Washington por sua inação. “O que importa até agora é a procrastinação do lado americano em oferecer uma resposta”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Nasser Kanani a repórteres nesta segunda.

    Ciclo de juros mais agressivo

    No último mês, o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, elevou a taxa de juros do país em 0,75 ponto percentual. Com isso, ela passa do intervalo de 1,5% a 1,75% ao ano para 2,25% a 2,5%. A elevação é a quarta em um ciclo de alta de juros que começou em março de 2022.

    Quando ao resto do ano, os dirigentes do Fed determinarão as próximas altas de juros nos Estados Unidos de acordo com os dados que ainda serão divulgados sobre a economia do país, informou a ata da última reunião de política monetária da autarquia.

    De acordo com o texto, parte dos dirigentes defendeu que os juros precisarão ficar em um patamar “suficientemente restritivo” por “algum tempo” de modo a controlar a inflação.

    Ainda segundo os dirigentes, será necessário mais tempo que o esperado para que as pressões inflacionárias aliviem, com a expectativa de intensificação a partir da desaceleração na demanda entre os norte-americanos.

    A ata não indicou qual será o valor da próxima elevação de juros, na reunião do Fed de setembro.

    Última semana

    Na semana anterior, dados sobre o mercado de trabalho norte-americano e declarações de dirigentes do Federal Reserve deram fôlego a apostas de uma terceira elevação seguida de 0,75 ponto percentual nos juros. O movimento torna o dólar mais atraente para investidores, mas reforça temores de uma recessão no país, com potencial de contaminação global. O foco agora é nos dados de inflação que serão divulgados nesta semana.

    O mau-humor do mercado reflete também as preocupações com a crise de fornecimento de gás natural para a Europa, impactada com a guerra na Ucrânia. A Rússia sinalizou que o preço de exportação mais que dobrará neste ano, e realizou cortes de fornecimento.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, mas com dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, que impacta a demanda do país por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado vem permitindo uma recuperação.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • Americanas (AMER3) +22,49%;
    • Petrobras (PETR4) +2,14%;
    • Positivo (POSI3) +2,12%;
    • Cielo (CIEL3) +2,01%;
    • Via (VIIA3) +1,93%

    Maiores baixas

    • Petz (PETZ3) -7,07%;
    • Meliuz (CASH3) -4,84%;
    • Embraer (EMBR3) -4,66%;
    • Hapvida (HAPV3) -4,57%
    • Grupo Soma (SOMA3) -4,15%

    *Com informações da Reuters e da Agência Estado