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    Ibovespa fecha em queda, com exterior e cenário fiscal no radar; dólar sobe

    Principal índice da B3 encerrou com baixa de 0,15%, aos 108.941,68 pontos, enquanto a moeda norte-americana fechou com alta de 0,75%, a R$ 5,457

    Do CNN Brasil Business*

    em São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (21) com queda de 0,15%, aos 108.941,68 pontos, impactado por tombo nas bolsas dos Estados Unidos e pela preocupação fiscal interna, mas fechou a semana em alta.

    A sessão foi marcada pelo vencimento de opções sobre ações na B3. Os papéis de exportadoras de commodities pressionaram o índice, enquanto papéis ligados ao consumo mantiveram o bom desempenho das últimas sessões e tiveram contribuição positiva.

    Já o dólar fechou com valorização de 0,75%, cotado a R$ 5,457, ao fim de um pregão de vaivém em meio a clima negativo nas praças financeiras globais, com investidores voltando a olhar para o Brasil em busca de pechinchas.

    A moeda norte-americana registrou sua segunda semana consecutiva no vermelho, acumulando baixa de 0,99%, entre segunda-feira e hoje.

    Impactos na bolsa

    Na cena local, seguiu com a questão dos servidores no radar, após presidente Jair Bolsonaro falar que vai ter que decidir entre salvar a categoria ou deixar todos sofrerem, colocando em dúvida a possibilidade de reajuste.

    Na quinta-feira, porém, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que o governo esta preparando uma PEC para diminuir os preços de combustíveis e de energia elétrica, zerando impostos federais, Pis e Cofins.

    Segundo projeção da equipe de análise da XP, a PEC pode diminuir a arrecadação entre R$ 70 bilhões e R$ 100 bilhões.

    Hoje é o último dia para o presidente sancionar o orçamento de 2022. O presidente terá que fazer um corte de R$ 9 bilhões para recompor despesas que foram subestimadas pelo congresso.

    Analistas observam quais despesas serão remanejadas e se apontam para mais risco fiscal. A perspectiva é que o Bolsonaro poupe emendas de parlamentares de aliados do governo e a verba do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões.

    Os investidores também ficaram de olho na decisão sobre como o governo vai destinar R$ 1,7 bilhão previsto para reajustes salariais, em meio a pressão de categorias do funcionalismo.

    Na quinta-feira (20), o dólar fechou com desvalorização de 0,92%, cotada a R$ 5,417, no menor valor desde 11 de novembro de 2021. O Ibovespa subiu 1,01%, aos 109.101,99 pontos, maior patamar desde outubro.

    Commodities

    Ao longo da semana, o mercado refletiu um processo de migração por parte dos investidores para áreas ligadas a commodities e para os mercados emergentes, o que buscou favorecer o Brasil e o real.

    Expectativas de mais medidas pró-crescimento na China, enquanto pressões econômicas baixistas persistem, estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, disseram analistas.

    No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. Segundo eles, o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o efeito da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado.

    Sobe e desce da B3

    Veja quais foram os principais destaques no pregão desta sexta-feira:

    Maiores altas

    • JHSF (JHSF3) +6,38%;
    • Grupo Natura (NTCO3) +4,28%;
    • Locaweb (LWSA3) +4,17%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) +3,76%;
    • Hapvida (HAPV3) +3,75%

    Maiores baixas

    • IRB Brasil (IRBR3) -5,11%;
    • Usiminas (USIM5) -4,28%;
    • Gerdau (GGBR4) -4,09%;
    • Gerdau (GOAU4) -3,61%;
    • Klabin (KLBN11) -3,36%

    Juros dos Estados Unidos

    Os temores sobre a elevação de juros nos Estados Unidos aliviaram na semana passada após falas do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e um dado de inflação em linha com o esperado. Entretanto, qualquer alta de juros deve afetar negativamente o real, já que aumenta ainda mais a atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano.

    Dados fracos nos Estados Unidos, em especial as vendas no varejo, têm levado investidores a migrarem recursos para mercados emergentes e commodities, em busca de maiores ganhos.

    Como resultado, a moeda norte-americana também vem perdendo força no mundo, em detrimento de investimentos em commodities e mercados emergentes.

    Ao mesmo tempo, em relatório divulgado na noite de quinta-feira, o Citi disse que os mercados brasileiros parecem ter recebido bem comentários do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fez na quarta-feira acenos a partidos mais à direita.

    “Isso gerou uma resposta positiva nos preços dos ativos nesta semana, tanto no mercado de câmbio quanto no de juros”, afirmaram os estrategistas do banco norte-americano.

    *Com informações de Priscila Yazbek e da Reuters