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    Ibovespa fecha em alta de 1,91% com bom humor do exterior; dólar cai a R$ 5,25

    Moeda norte-americana teve sua maior desvalorização percentual diária - 0,88% - desde 3 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno das eleições no Brasil

    da Reuters

    O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira (18), acompanhando o desempenho de mercados acionários no exterior. O principal índice da bolsa de valores subiu 1,91%, cotado aos 115.795,05 pontos.

    Um dos destaques do pregão foi a Natura (NTCO3), que viu suas ações dispararem após o anúncio de estudos para uma possível oferta inicial de ações (IPO) da Aesop, marca adquirida pela empresa em 2013, com uma listagem nos Estados Unidos.

    Já o dólar registrou queda frente ao real, em meio à manutenção de algum apetite por risco no exterior, enquanto na cena doméstica, investidores monitoravam pesquisas de intenção de voto antes do segundo turno das eleições presidenciais. A moeda norte-americana recuou 0,88%, negociada a R$ 5,254 na venda.

    Com o resultado, o dólar teve sua maior desvalorização percentual diária desde o tombo de 4,025% registrado no último dia 3, na esteira do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil.

    Moeda caiu pela segunda sessão consecutiva frente ao real, pressionado também por movimento global de apetite por risco na esteira de uma reviravolta fiscal no Reino Unido, embora temores de um aperto monetário muito agressivo nos Estados Unidos persistissem, limitando pontualmente as perdas da moeda norte-americana.

    Boa parte do bom humor dos mercados internacionais veio depois que o novo ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, descartou na segunda-feira o plano econômico da primeira-ministra Liz Truss, avaliou Marcelo Boragini, sócio e especialista em renda variável da Davos Investimentos.

    A agenda fiscal de Truss previa grandes cortes de impostos sem compensação por parte do governo, o que vinha provocando ondas de estresse no mercado de títulos britânicos e contaminando o humor global.

    Por outro lado, limitando as perdas do dólar frente ao real, uma leitura desta terça-feira mostrou que a produção manufatureira nos Estados Unidos aumentou mais do que o esperado em setembro, a ritmo de 0,4%.

    Os dados “sugeriram a manutenção de pressões inflacionárias na economia do país, processo que deve ter como consequência a manutenção da postura restritiva por parte do Fed em relação à política monetária, o que proporcionou um influxo de recursos na economia norte-americana” e uma recuperação pontual do dólar em relação aos menores patamares do dia, disse Matheus Pizzani, economista da CM Capital.

    Depois de chegar a cair até 1,13% nas primeiras negociações, a R$ 5,241, o dólar ganhou fôlego na esteira dos dados da indústria norte-americana e chegou a reduzir a queda para apenas 0,02%, a R$ 5,30, no início da tarde, antes de voltar a operar firmemente no vermelho e seguir assim até o encerramento.

    O Federal Reserve, banco central dos EUA, já subiu os juros em 3 pontos percentuais desde março deste ano, e contratos futuros vinculados a sua taxa básica embutem nova alta de 0,75 ponto percentual, pelo menos, em sua reunião de política monetária de novembro.

    Quanto mais altos os custos dos empréstimos dos EUA, mais o dólar tende a se beneficiar globalmente, conforme o mercado de dívida norte-americano começa a oferecer rendimentos maiores a risco quase zero, atraindo capital estrangeiro.

    No Brasil, no entanto, especialistas vêm apontando fatores domésticos como pontos de apoio para a moeda local em meio ao ambiente externo ainda desafiador: “Vale lembrar que a taxa Selic em níveis de 13,75%, além da resiliência de dados econômicos recentes, ajuda também a impulsionar o real”, disse Boragini, da Davos.

    Ele acrescentou que o mercado local “segue de olho nas eleições e acompanha de perto as pesquisas de intenção de voto que serão divulgadas ao longo da semana”, a apenas 12 dias do segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

    No ano, o dólar acumula queda de 5,72% frente ao real, embora esteja 14% acima da menor cotação de encerramento do ano, de R$ 4,60, atingida no início de abril.

    Na segunda-feira, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,41%, a R$ 5,30 na venda.

    O Banco Central realizou nesta sessão um leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de novembro de 2022.

    Sentimento global

    Os investidores deram uma pausa ao sentimento de aversão a risco por temores de recessão na economia americana e na economia global, em meio a pancadas nos juros pelos bancos centrais como tentativa de controlar a inflação. No mercado americano, as bolsas acompanhavam o bom humor dos investidores, com o Nasdaq e S&P 500 subindo mais de 1%.

    As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça-feira (18), na esteira de um rali em Wall Street no dia anterior. O índice acionário japonês Nikkei subiu 1,42% em Tóquio, a 27.156,14 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 1,82% em Hong Kong, a 16.914,58 pontos.

    Já o índice sul-coreano Kospi garantiu alta de 1,36% em Seul, a 2.249,95 pontos, enquanto o Taiex registrou ganho de 1,22% em Taiwan, a 13.124,68 pontos.

    Na Europa, os mercados acionários também fecharam em alta, apenas com Lisboa destoando dos demais.

    As ações ainda eram apoiadas pelo recuo de segunda-feira do Reino Unido em seus planos fiscais. Além disso, a abertura em alta em Nova York colaborou para o movimento positivo, enquanto investidores monitoraram os planos da União Europeia para conter os preços de energia. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 0,34%, em 399,84 pontos.

    Natura decola

    A Natura viu suas ações valorizarem mais de 16% na manhã desta terça-feira depois do anúncio de que cogita um IPO nos Estados Unidos da Aesop.

    O anúncio ocorre cerca de um mês após uma disparada das ações da Natura na bolsa, em meio a rumores envolvendo uma reestruturação de unidades do conglomerado de cosméticos.

    Analistas do JPMorgan elevaram a recomendação das ações da para “overweight” após a decisão, bem como o preço-alvo – de R$ 19 para R$ 22. Eles calculam que a Aesop poderia valer mais de US$ 1 bilhão e desbloquear mais de 15% do valor da ação.

    Eleições no radar

    Os investidores seguem de olho na disputa à Presidência do Brasil, que seguiu para o segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e será definida dia 30 de outubro.

    Após um resultado do primeiro turno das eleições mais apertado que o esperado e uma formação de um Congresso mais conservador, o Ibovespa teve um salto de 5,5% no dia seguinte. Na visão do mercado, a composição dos parlamentares eleitos tende a barrar possíveis propostas que seriam prejudiciais à economia e ao fiscal em caso de um novo governo no país.

    Agora, o mercado espera com cautela a decisão das urnas sobre o escolhido para governar o país pelos próximos quatro anos, de olho nas políticas monetária e fiscal, assim como nas intenções de viabilizar investimentos privados e públicos.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • Grupo Natura (NTCO3): 9.62%
    • Vibra (VBBR3): 6.12%
    • Locaweb (LWSA3): 5.69%
    • Ultrapar (UGPA3): 5.63%
    • Hapvida (HAPV3): 5.27%

    Maiores baixas

    • Assaí (ASAI3): 9.22%
    • Via (VIIA3): 2.01%
    • Meliuz (CASH3): 1.74%
    • Eztec (EZTC3): 1.22%
    • Magazine Luiza (MGLU3): 1.14%

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