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    Ibovespa fecha em leve alta de 0,09% com petróleo; dólar fica a R$ 5,17

    Principal índice da B3 encerrou aos 113.812,87 pontos, renovando mais uma vez as máximas em quatro meses, enquanto a moeda norte-americana valorizou 0,06%

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business*Da Reuters em São Paulo

    O Ibovespa fechou com leve ganhos de 0,09%, aos 113.812,87 pontos, nesta quinta-feira (18), rondando a estabilidade ao longo do pregão. O dólar também ficou na estabilidade, encerrando com variação positiva de 0,06%, a R$ 5,171, após oscilar entre altos e baixos num pregão de sinais mistos vindos do exterior.

    O índice foi beneficiado pela alta da Petrobras que subiram mais de 1% em meio à valorização do petróleo, mas puxado para baixo pelo desempenho negativo das bolsas no exterior, com uma retomada da aversão a riscos.

    Apesar do pequeno desempenho positivo, o benchmark renovou mais uma vez as máximas em quatro meses, fechando no maior patamar desde 20 de abril (114.343 pontos).

    A sessão marcou a quinta alta seguida. Em agosto, até o momento, o Ibovespa recuou em apenas duas sessões (dias 1 e 11), com a alta acumulada no mês superando 10%, em parte, refletindo expectativa de que o ciclo de alta da Selic acabou ou está perto disso.

    O superintendente da Necton/BTG Pactual, Marco Tulli, também chamou a atenção para a entrada de estrangeiros na bolsa em agosto como um componente que deve manter a tendência positiva para as ações brasileiras, mesmo que as altas sejam “tímidas”.

    O Brasil, segundo ele, ainda está “melhor na foto” do que outros emergentes, como Rússia e China, para atrair fluxo de capital externo.

    De acordo com dados da B3, as entradas de capital externo no mercado secundário de ações brasileiro superavam as saídas em 11,9 bilhões de reais em agosto.

    O analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, também destacou as compras de estrangeiros como fator para o rali, mas observa que há uma pressão para correção, que já vem ocorrendo em papéis com menor representatividade no Ibovespa.

    Ele também chamou atenção para o fato do ritmo da alta de juros nos EUA ainda estar em aberto. “Tem um medo bastante grande de que os EUA enfrentem uma recessão no curto prazo, que o Fed tenha que ser mais duro dada a inflação persistente.”

    Ao mesmo tempo, a moeda norte-americana se valorizou devido à reação dos investidores aos dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos, que vieram melhor que o esperado e reforçaram apostas em um ciclo de alta mais agressivo pelo banco central do país.

    Ao longo da jornada, o dólar foi de alta de 0,77%, a R$ 5,208, para queda de 0,76%, a R$ 5,129.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de outubro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na quarta-feira (17), o dólar teve alta de 0,54%, a R$ 5,168. Já o Ibovespa avançou 0,17%, aos 113.707,76 pontos.

    Petróleo

    Os contratos futuros de petróleo subiram nesta quinta-feira, ainda apoiados pelo forte recuo nos estoques dos Estados Unidos na última semana, revelado ontem pelo Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês).

    Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) sinalizou o desejo de manter a Rússia no acordo da Opep+ que tem garantido aumento apenas gradual na oferta. Nesse quadro, mesmo o dólar forte não impediu os ganhos da commodity.

    O petróleo WTI para outubro, contrato mais líquido, fechou em alta de 2,76% (US$ 2,42), a US$ 90,11 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês subiu 3,14% (US$ 2,94), a US$ 96,59 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

    A empresa Oanda afirma que o petróleo foi apoiado hoje por alguns dados positivos dos Estados Unidos, que impulsionaram o otimismo sobre a demanda.

    Para a companhia, a economia americana “ainda parece boa” e o quadro na China pode melhorar em breve. Além disso, ela também citava, em relatório a clientes, a influência do dado de ontem do DoE, com queda forte nos estoques.

    Fed

    Em ata divulgada na véspera, os dirigentes do Federal Reserve apontaram que o ritmo do ciclo de alta de juros dependerá dos próximos dados sobre a economia, mas que será preciso manter os juros em um patamar restritivo por mais tempo.

    A visão do Fed de um início de melhora da situação inflacionária chegou a reforçar a perspectiva de que a autarquia começará a realizar elevações menores de juros, em um processo que ainda deve continuar em 2023. O cenário de juros menores beneficia ativos mais arriscados, caso dos do mercado brasileiro.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, mas com dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, que impacta a demanda do país por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado vem permitindo uma recuperação.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • Grupo Natura (NTCO3) +5,31%;
    • 3R Petroleum (RRRP3) +4,43%;
    • Hapvida (HAPV3) +4,34%;
    • Totvs (TOTS3) +3,36%;
    • Positivo (POSI3) +3,17%

    Maiores baixas

    • Yduqs (YDUQ3) -5,28%;
    • Americanas (AMER3) -4,28%;
    • MRV (MRVE3) -4,17%;
    • Dexco (DXCO3) -3,95%;
    • CVC (CVCB3) -3,84%

    *Com informações da Agência Estado