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    Ibovespa fecha no maior patamar em quase dois meses, aos 108 mil pontos; dólar cai

    Moeda norte-americana fechou a sessão em queda de 0,47%, cotada a R$ 5,68

    B3, em São Paulo
    B3, em São Paulo REUTERS/Amanda Perobelli

    Do CNN Brasil Business* São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta quinta-feira (16) em alta de 0,83%, aos 108.326,33 pontos. Após sinalização do Fed, o mercado trabalhou em alta com perspectiva econômica mais otimista, também digerindo a decisão do BCE (Banco Central Europeu). Esse é o maior patamar do principal índice da bolsa em quase dois meses, quando fechou aos 108.715 pontos, em 25 de outubro.

    O BC dos EUA disse ontem que encerraria suas compras de títulos em março e sinalizou três aumentos de 0,25 ponto percentual cada nas taxas de juros até o fim de 2022.

    Ao mesmo tempo, o dólar caiu ante o real hoje, interrompendo sequência de cinco ganhos diários consecutivos após o Banco Central injetar moeda à vista no mercado, enquanto, no exterior, a divisa norte-americana perdia terreno. A moeda norte-americana fechou a sessão em queda de 0,47%, cotada a R$ 5,68.

    O chair do BC  norte-americano, Jerome Powell, afirmou que a economia dos EUA não precisa mais de montantes crescentes de apoio monetário, já que a inflação anual está mais que o dobro da meta do banco central nos últimos meses, enquanto a economia se aproxima do pleno emprego.

    Ainda nesta quinta-feira, o Reino Unido se tornou a primeira economia do G7 a aumentar as taxas de juros desde o início da pandemia, com o banco central norte-americano também sinalizando planos de aperto monetário em 2022, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) apenas restringiu ligeiramente o estímulo.

    O Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) deve anunciar sua decisão de política monetária na sexta-feira (17).

    “O Mercado já havia precificado a política monetária mais contracionista. Assim, o Ibovespa não reage de forma negativa”, diz Fernanda Mansano, economista chefe do TC. “E devemos até o final do ano ter um cenário mais neutro na bolsa brasileira”.

    Relatório Trimestral de Inflação

    No radar dos investidores também estava o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) divulgado nesta quinta-feira (16) pelo Banco Central. A instituição piorou sua projeção de crescimento econômico brasileiro em 2022 para 1%, contra 2,1% da estimativa anterior.

    No documento, o BC ajustou a perspectiva de expansão para o PIB (Produto Interno Bruto) para uma alta de 4,4% neste ano, ante estimativa de 4,7% calculada em setembro.

    A autoridade monetária aponta ainda que a probabilidade de a inflação ultrapassar o limite superior da margem de tolerância para a meta em 2022, de até 5%, passou de cerca de 17% na previsão feita em setembro para 41% na estimativa atual.

    “A inflação ao consumidor continua persistente e elevada. A alta dos preços surpreendeu mais uma vez no trimestre encerrado em novembro. […] Há preocupação com a magnitude e a persistência dos choques, com seus possíveis efeitos secundários e com a elevação das expectativas de inflação, inclusive para além do ano-calendário de 2022”, afirmou.

    Em relação à política monetária, o BC reiterou mensagem da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a intenção de subir a Selic novamente em 1,50 ponto na reunião de fevereiro, em continuidade ao ciclo de alta para levar a taxa básica de juros a território “significativamente contracionista” para conter a inflação.

    A taxa básica de juros está em 9,25% ao ano.

    Sobe e desce da B3:

    Veja os maiores destaques do pregão desta quinta-feira (16):

    Maiores altas

    • Americanas (AMER3) +8,93%
    • Lojas Americanas (LAME4) +8,58%
    • CSN (CSNA3) +6,04%
    • Qualicorp (QUAL3) +5,54%
    • Magazine Luiza (MGLU3) +3,73%

    Maiores baixas

    • Méliuz (CASH3) -8,16%
    • Banco Inter (BIDI11) -7,72%
    • Banco Inter (BIDI4) -5,21%
    • Via (VIIA3) -5,58%
    • Banco Pan (BPAN4) -4,45%

    Moeda norte-americana

    O dólar, segundo Vanei Nagem, responsável pela mesa de câmbio da Terra Investimentos, sofreu uma pressão sazonal. “E esse é um dos motivos que explica a presença mais firme do Banco Central no mercado de câmbio nos últimos dias, quando a autarquia forneceu liquidez aos mercados com venda de moeda à vista e um leilão de venda conjugado com leilão de compra”.

    O Banco Central vendeu US$ 830 milhões em leilão de moeda estrangeira à vista no mercado de câmbio nesta quarta-feira. Essa é quarta vez em cinco sessões que o BC faz intervenção do tipo no mercado de câmbio. Esse movimento também foi responsável pela queda no dólar nesta sessão.

    O total injetado nos mercados em moeda à vista com as operações dos últimos dias chegou a US$ 3,372 bilhões.

    Nesta quinta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, notou a pressão sazonal no mercado de câmbio, e ressaltou que o BC faz intervenções ao observar os movimentos pontuais de saída.

    Mas Alfredo Menezes, sócio-fundador da Gestora Armor Capital, disse em post no Twitter acreditar “que hoje foi o último dia do ano de fluxo no dólar muito ruim. A partir daqui existirá um alívio. E janeiro é bem mais tranquilo.”

    Além da intervenção do BC no mercado à vista, o real também foi amparado nesta quinta-feira pela fraqueza internacional do dólar.

    O índice da divisa frente a seis rivais fortes caía 0,3% nesta tarde, enquanto peso mexicano, peso chileno e dólar australiano, divisas consideradas sensíveis a risco, tinham ganhos.

    Alguns investidores apontaram maior apetite por risco após os mercados terem recebido de forma benigna, no geral, a notícia de que o Federal Reserve vai acelerar a redução de seu estímulo, abrindo caminho para três aumentos de juros em 2022 –embora custos de empréstimos mais altos nos EUA sejam vistos como positivos para o dólar.

    *Com Reuters