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    Ibovespa fecha em queda de 1,8% com Vale e varejistas; dólar sobe para R$ 5,49

    Investidores digeriram dados do IBC-Br, considerado a prévia do PIB, e de vendas do varejo, ambos com queda

    Ajustes após alta na sexta-feira influenciaram queda do Ibovespa
    Ajustes após alta na sexta-feira influenciaram queda do Ibovespa REUTERS/Amanda Perobelli

    Da Reuters

    O dólar fechou com expressiva alta ante o real nesta terça-feira (16) após dados fortes dos Estados Unidos e preocupações com a política fiscal nacional, revertendo a queda da manhã. Enquanto isso, o Ibovespa recuou, refletindo um movimento de realização de lucros após duas semanas de alta, com a Vale entre as maiores pressões negativas na esteira da queda dos futuros do minério de ferro, assim como diversas ações de varejistas.

    O dólar fechou o dia com alta de 0,79%, a R$ 5,4999. Já o Ibovespa caiu 1,82%, a 104.403 pontos.

    O pregão ainda foi marcado por ajustes no movimento de ADRs (recibos de ações negociadas nos Estados Unidos) brasileiros da véspera, quando não houve negociação na bolsa paulista em razão do feriado no Brasil.

    Na sexta-feira (12), o Ibovespa caiu mais de 1%, mas engatou a segunda semana seguida de alta e ampliou a valorização em novembro para 2,7%, o que abriu espaço para alguma realização de lucros.

    Já nesta terça-feira, investidores analisaram o IBC-Br, considerado uma prévia do PIB (Produto Interno Bruto), que mostrou contração da atividade econômica brasileira em setembro pelo segundo mês seguido, indicando chance de recessão técnica.

    Em mais um dado desfavorável sobre a economia do país, as vendas no varejo brasileiro apuradas pelo ICVA, da Cielo, recuaram 0,8% em outubro ano a ano, descontada a inflação, interrompendo sequência de 6 meses de crescimento. Com isso, varejistas como Magazine Luiza, Americanas e Via estiveram entre as maiores baixas do dia. A Magalu teve a maior queda do dia, de 12,65%.

    O mercado não reagiu bem a declarações do presidente Jair Bolsonaro de que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios pelo Congresso abrirá espaço para a concessão de reajuste aos servidores públicos federais, justificando o eventual aumento como resposta a um congelamento dos salários e à inflação.

    Na véspera, Bolsonaro já havia dito que a folga no teto de gastos a ser criada pela PEC dos Precatórios poderia ser usada para reajuste dos servidores federais, além de seu propósito principal, que é financiar o novo programa de transferência de renda Auxílio Brasil.

    Os comentários endossam receios de investidores sobre uma política fiscal ainda mais expansionista por parte do governo, cuja pressão pelo Auxílio Brasil impôs derrota à narrativa de austeridade fiscal do ministro da Economia, Paulo Guedes, e provocou forte deterioração nos ativos domésticos ao longo de outubro em meio a temores de descontrole nas contas públicas.

    Gestores de fundos consultados pelo Bank of America passaram a ver a piora fiscal como o maior risco à economia brasileira, conforme pesquisa deste mês de novembro. Em outubro, o posto era ocupado pelas eleições de 2022.

    A temporada de balanços de empresas brasileiras, por sua vez, caminha para o final, com os números da Eletrobras e da Méliuz previstos para após o fechamento do pregão nesta terça-feira.

    Análise técnica da equipe do Itaú BBA destacou que, apesar da melhora recente, o Ibovespa somente confirmará uma nova tendência de alta quando ultrapassar os 114.500 pontos.

    No exterior, as bolsas dos Estados Unidos abriram com oscilações discretas, tendo de pano de fundo perspectivas positivas do Walmart e o crescimento acima do esperado das vendas no varejo no país, mas salto em preços de importados. Elas passaram a subir ao longo do dia, fechando em alta.

    Dados do Departamento do Comércio dos EUA mostraram que as vendas no varejo norte-americano subiram 1,7% em outubro. Economistas consultados pela Reuters esperavam aumento de 1,4%.