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    Ibovespa fecha com queda de 0,51% em dia de correção e à espera do Fed; dólar cai para R$ 4,86

    Mercado também digeriu desaceleração da inflação nos EUA, reforçando pressão para queda dos juros da maior economia global; câmbio mantém mínima em mais de um ano

    Dólar à vista fechou a última sessão cotado a R$ 4,8681 na venda
    Dólar à vista fechou a última sessão cotado a R$ 4,8681 na venda REUTERS/Nacho Doce

    Sofia Kercherda CNN*

    em São Paulo

    Após sete pregões de alta, o Ibovespa passou por um processo de correção nesta terça-feira (13) e fechou em queda com o peso de empresas mais expostas à economia doméstica.

    O movimento ignora o bom humor dos mercados globais após dados da inflação dos Estados Unidos indicarem desaceleração dos preços, reforçando as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano) possa aliviar a escalada dos juros. A autoridade monetária divulga nesta quarta os novos rumos da taxa de juros.

    O principal indicador da bolsa brasileira encerrou o dia com queda de 0,51%, aos 116.742 pontos.

    Após passar a maior parte do dia oscilando, o dólar pendeu para o lado negativo e fechou próximo da estabilidade, apesar de ainda manter as mínimas em mais de um ano.

    A moeda norte-americana encerrou a sessão com leve queda de 0,12%, negociada a R$ 4,862 na venda.

    A queda do Ibovespa foi puxada por empresas mais sensíveis aos juros, grupo que apresentou valorização nas últimas sessões com a expectativa de antecipação do corte da Selic pelo Banco Central (BC).

    O movimento de baixa foi liderado pelas ações da CVC (CVCB3), com perdas de 6,9%. Na sequência, Lojas Renner (LREN3) perderam 5,78% e Meliuz (CASH3) tombou 5,13%.

    As ações da Petrobras também passaram por um movimento de realização de lucros, a despeito da alta de 3,41% do petróleo Brent no mercado global, a US$ 74,29 o barril.

    Os papéis preferenciais (PETR4) perderam 0,32%, enquanto os ordinários (PETR3) desvalorizaram 0,06%.

    O clima negativo do Ibovespa foi mitigado pela alta da Vale (VALE3) — ação com maior peso no mercado doméstico. As ações da companhia fecharam com valorização de 1,06%, refletindo o avanço de 0,69% da tonelada do minério de ferro negociada no porto de Dalian, a US$ 112,08.

    De olho no Fed

    Todos os olhos do mercado estão voltados à divulgação dos juros pelo Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed, a partir das 15h desta quarta-feira.

    O colegiado sobe os juros desde março do ano passado, quando a taxa saiu de 0% — 0,25% para 0,25% — 0,50%. Atualmente, os juros estão entre 5% e 5,25%.

    Os recentes sinais de desaceleração da economia, sobretudo dados do mercado de trabalho, reforçam as apostas para uma pausa dos juros. O movimento tende a dar força ao mercado de ações com a realocação de investidores baseados na renda fixa.

    As apostas foram reforçadas após dados do CPI publicados nesta manhã mostrarem a desaceleração do índice para 0,1% em maio após alta de 0,4% no mês anterior.

    No acumulado de 12 meses, o índice de preços subiu 4%, o patamar mais baixo em dois anos. Em abril, o acumulado apresentou avanço de 4,9%.

    Ainda na pauta global, o Banco do Povo da China (PBoC) cortou sua taxa de recompra reversa de sete dias em 10 pontos-base, para 1,90%, injetando 2 bilhões de iuanes (US$ 279,97 milhões) por meio do instrumento de títulos de curto prazo. Isso deu novo gás a esperança de que a China implementasse uma série de políticas de estímulo para reviver seu mercado imobiliário em dificuldades.

    Somando-se ao sentimento otimista, uma reportagem da Bloomberg News afirmou que a China está considerando uma série de medidas de estímulo para apoiar atividades, como o mercado imobiliário, o maior consumidor de aço.

    Americanas

    Nesta terça-feira, um fato relevante divulgado pela manhã afirmou que uma investigação interna conduzida pela Americanas aponta que a antiga diretoria tinha conhecimento da fraude contábil ocorrida na empresa.

    O documento diz que “o relatório apresentado pelos assessores foi baseado em documentos entregues pelo comitê de investigação independente e por documentos complementares identificados pela administração e seus após as reuniões com o comitê” e que eles “indicam que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior”.

    Os papéis da companhia subiram 6,03%, cotados a R$ 1,23.

    *sob supervisão de Dimalice Nunes e Ana Carolina Nunes. Com informações de Caio Junqueira, da CNN, e Agência Reuters.