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    Ibovespa encerra em queda de 1,72%; dólar fecha em alta, a R$ 5,05

    Principal índice da B3 fechou o dia aos 111 mil pontos, enquanto a moeda norte-americana teve alta de 0,74%

    Guerra na Ucrânia segue no radar dos investidores
    Guerra na Ucrânia segue no radar dos investidores Maxim Hopman/Unsplash

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil BusinessDa Reuters em São Paulo

    O Ibovespa caiu 1,72%, aos 111.713,07 pontos, nesta sexta-feira (11). O índice acompanhou o exterior e refletiu uma cautela maior por parte dos investidores, que seguiram monitorando os desdobramentos da guerra entre Ucrânia e Rússia, além de notícias no cenário corporativo que fizeram algumas ações recuarem.

    Petrobras, Vale e bancos estiveram entre as que mais pressionaram o índice para baixo. Empresas do setor de telefonia e algumas exportadoras de commodities ficaram na ponta contrária.

    Já o dólar fechou em alta de 0,74%, cotado a R$ 5,054. Na semana, a moeda norte-americana caiu 0,48%.

    A valorização no dia ocorreu principalmente após o resultado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro acima do esperado, que reforçou apostas de uma alta de juros de 1 ponto percentual na próxima reunião do Copom, na semana que vem.

    Os investidores realizaram um movimento de correção, apoiado na expectativa sobre a próxima reunião de juros do Federal Reserve na semana que vem – que deve iniciar o movimento de elevação de juros nos Estados Unidos – e nas incertezas com a guerra na Ucrânia.

    Projetos de lei que buscam conter a alta nos preços dos combustíveis também seguem no radar do mercado. O Congresso aprovou uma proposta que altera o cálculo do ICMS, enquanto outra que cria um fundo de estabilização de preços já passou no Senado e precisa ser analisada na Câmara.

    Apesar de representarem gastos adicionais ao governo, a aprovação foi vista como positiva pelos investidores, pois deve evitar o avanço de propostas que teriam riscos fiscais ainda maiores.

    Na véspera, o dólar subiu 0,09%, cotado a R$ 5,017. Já o Ibovespa recuou 0,21%, aos 113.663,13 pontos.

    Petróleo

    O petróleo nos EUA fechou nesta sexta-feira em alta de 3,12%, a US$ 109,33. Enquanto o WTI encerrou o dia com valorização de 3,05%, a US$ 112,67.

    Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia no dia 24 de fevereiro, os mercados de petróleo mostram a maior volatilidade em dois anos.

    O movimento dos últimos dias é reflexo do comprometimento russo sobre cumprir obrigações contratuais. Alguns traders dizem que as preocupações com a interrupção do fornecimento foram exageradas.

    Na quarta-feira, a referência global Brent registrou seu maior declínio diário desde abril de 2020. Dois dias antes, havia atingido uma máxima de 14 anos, superando US$ 139 o barril.

    O principal fator para a alta é o descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia, e o quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

    IPCA

    O Índice de Preços ao Consumidor Amplo – que mede a inflação oficial do país -, acelerou a 1,01% em fevereiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (11).

    O índice ficou 0,47 ponto percentual acima do registrado em janeiro, quando havia subido 0,54%. No ano, o IPCA acumula alta de 1,56% e, em 12 meses, de 10,54%, muito acima do teto da meta deste ano de 5%. O centro da meta é de 3,5%, com intervalo de 1,5 p.p., para acomodação de choques.

    As expectativas de analistas de mercado ficava em 0,95% na comparação mensal e em 10,5%, na anual.

    Os grupos Educação e Alimentação e Bebidas foram os maiores impactos no período, com alta mensal de 5,61% e 1,28%, respectivamente. Juntos, os dois grupos representaram cerca de 57% do IPCA de fevereiro, destaca o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, em nota.

    Commodities

    Uma das consequências da invasão Rússia à Ucrânia é a alta nos preços das commodities, principalmente as ligadas à Rússia e à Ucrânia, caso do milho, trigo, além do petróleo.

    No cômputo semanal, os futuros do trigo para maio caíram 8,5%. A baixa vem após um salto de 40,1% na semana anterior e marca o maior declínio semanal para o contrato de trigo mais ativo desde agosto de 2016.

    Os futuros da soja perderam força, pressionados por chuvas muito necessárias na Argentina e no Brasil, que estabilizaram as condições das safras à medida que a colheita se aproximava.

    A soja para maio caiu 10,25 centavos, a 16,76 dólares o bushel. E o milho para maio fechou em alta de 6,75 centavos, a 7,6250 dólares o bushel.

    Na bolsa de Chicago, o trigo soft vermelho de inverno para maio fechou em alta de 19,50 centavos, a 11,0650 dólares o bushel.

    “Uma onda de pânico dos consumidores finais globais parece ter diminuído um pouco à medida que a semana avançava, com alguns adquirindo apenas a quantidade básica de trigo de que precisam, encontrando origens alternativas ou parando de comprar completamente”, disse Arlan Suderman, economista de commodities da corretora StoneX, em nota.

    Guerra na Ucrânia

    Acompanhe a cobertura ao vivo da CNN sobre o conflito.

    Duas semanas depois que o presidente russo, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, as forças terrestres do país estão trabalhando para tomar território, com a capital ucraniana, Kiev, resistindo por muito mais tempo do que o previsto anteriormente.

    Na quinta-feira, uma reunião entre os principais diplomatas da Ucrânia e da Rússia não teve avanço na questão de um cessar-fogo de 24 horas para ajuda aos civis. Já nesta sexta-feira, os russos afirmaram ter tomado uma cidade ao norte do porto de Mariupol, um dos focos da investida no país.

    Do ponto de vista econômico, o principal acontecimento envolvendo o conflito é a série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.

    Dentre elas estão a expulsão de bancos russos do Swift, um sistema global de pagamentos, e o congelamento de reservas do banco central da Rússia.

    Os países que apoiam a Ucrânia já afirmaram que devem implementar novas sanções contra a Rússia, que viu sua moeda, o rublo, despencar e atingir uma mínima histórica.

    Putin, por outro lado, afirmou que as sanções ocidentais contra a Rússia não são legítimas e que os governos estão enganando seu próprio povo. Também destacou que o país resolveria seus problemas com calma.

    O VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, recou e rondou os 30 pontos, após chegar ao maior nível desde setembro de 2020.