Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ibovespa fecha em queda de 2,07% e dólar sobe a R$ 5,37 com aversão a riscos

    Principal índice da B3 encerra aos 98.212,46 pontos; moeda norte-americana valoriza 1,94%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa fechou em queda de 2,07%, aos 98.212,46 pontos, desta segunda-feira (11), prejudicado pelo cenário adverso no exterior. O índice foi puxado para baixo principalmente pela queda nas ações ligadas a commodities, que refletem uma desvalorização nos preços do petróleo e minério de ferro em meio a temores de uma desaceleração econômica mais forte na China e uma consequente queda na demanda

    Já o dólar subiu 1,94%, a R$ 5,371, favorecido por um aumento na aversão global a riscos em meio a um aumento de casos de Covid-19 na China, com a identificação de uma nova subvariante do coronavírus, e o crescimento de temores de uma crise de fornecimento de energia na Europa por parte da Rússia. Essa foi a maior alta percentual em três semanas.

    Além do cenário internacional negativo, os investidores ficaram atentos ao crescimento do risco fiscal no Brasil devido à PEC dos Benefícios. O projeto, que deve ser votado na terça-feira (12) na Câmara, prevê um gasto de R$ 41 bilhões, acima do teto, para expandir ou criar novos benefícios sociais.

    O movimento é avaliado negativamente pelo mercado, que teme um descontrole de gastos, levando a uma retirada de investimentos no mercado brasileiro.

    Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 1,41%, a R$ 5,269, com recuo de 0,99% na semana. Já o Ibovespa caiu 0,44%, aos 100.288 pontos, subindo 1,35% ao longo da semana.

    Minério de ferro

    Os preços de referência do minério de ferro na Ásia caíram nesta segunda-feira devido a crescentes temores de enfraquecimento da demanda pela matéria-prima na China, maior produtora mundial de aço, onde várias cidades estão aplicando novas restrições contra a Covid-19.

    O contrato de minério de ferro mais negociado, para entrega em setembro, na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações com queda de 3,3%, a 741 iuanes (US$ 110,37) a tonelada, após atingir mais cedo 722 iuanes, seu menor nível desde 6 de julho.

    Na Bolsa de Cingapura, o contrato para o próximo mês do ingrediente siderúrgico caiu 4,8%, para US$ 107,45 a tonelada.

    “As manchetes implacavelmente negativas sobre a Covid-19 em Gansu, Guangdong, Henan, Macau, Xangai e Zhejiang no fim de semana vão jogar um balde de água fria sobre o sentimento a partir de segunda-feira”, disse Atilla Widnell, diretor administrativo da Navigate Commodities em Cingapura.

    Os governos locais na China, que mantêm uma política dinâmica de Zero-Covid, estão adotando novas restrições – de paralisações de negócios a lockdowns – para conter novas infecções, com o centro comercial de Xangai se preparando para outra testagem em massa.

    Sentimento global

    Os investidores ainda mantêm uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, o que prejudicaria diversos tipos de investimentos.

    A principal causa para essa aversão é o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos, com a elevação mais recente anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. A alta foi de 0,75 ponto percentual, maior desde 1994, e novas elevações na mesma magnitude não foram descartas.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Entretanto, o combate do país à maior inflação em 40 anos gera crescentes temores de uma recessão na maior economia do mundo devido à necessidade de um aperto monetário agressivo. O risco leva a uma aversão a riscos, favorecendo o dólar e prejudicando ativos considerados arriscados, caso do mercado brasileiro.

    Por outro lado, novas restrições em cidades da China foram anunciadas no início de julho, revertendo um cenário de otimismo sobre uma retomada da economia do país após meses de lockdown em Xangai e Pequim. O quadro reforça temores de uma desaceleração econômica chinesa e consequente queda na demanda por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    Com a combinação de ambientes interno e externo adversos, a retirada de investimentos prejudica o Ibovespa e favorece o dólar em relação ao real.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • Telefônica +0,80%;
    • PetroRio (PRIO3) +0,74%;
    • Assaí (ASAI3) +0,46%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) +0,38%;
    • JBS (JBSS3) +0,19%

    Maiores baixas

    • Gol (GOLL4) -11,79%;
    • Méliuz (CASH3) -8%;
    • Azul (AZUL4) -7,55%;
    • B3 (B3SA3) -5,86%;
    • Dexco (DXCO3) -5,64%

    *Com informações da Reuters