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    Ibovespa fecha em queda de 0,21% com combustíveis; dólar sobe a R$ 5,02

    Principal índice da B3 terminou o dia aos 113.663,13 pontos, enquanto a moeda norte-americana encerrou em leve alta de 0,09%, a R$ 5,02

    Tensões entre Ucrânia e Rússia seguem influenciando investidores
    Tensões entre Ucrânia e Rússia seguem influenciando investidores Anna Nekrashevich/Pexels

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business*Da Reuters*

    em São Paulo

    O Ibovespa fechou em queda de 0,21%, aos 113.663,13 pontos, nesta quinta-feira (10). O principal índice da B3 devolveu parte relevante das perdas na tarde de hoje, alinhado com movimento similar em Wall Street e em meio à aprovação e discussão no Senado de pautas para segurar os preços dos combustíveis no país.

    A alta de 3,5% das ações da Petrobras, após anúncio de reajuste nos preços de combustíveis, e as de exportadoras de commodities ajudaram a limitar as perdas. Setores financeiros e ligados à economia doméstica pressionaram o índice, além de Embraer e Natura, após balanços trimestrais.

    O índice também refletiu uma maior aversão global a riscos após conversas entre Rússia e Ucrânia terminarem sem avanço, reduzindo um otimismo sobre um possível fim da guerra na véspera.

    O dólar, por outro lado, encerrou em alta de 0,09%, cotado a R$ 5,017. A moeda foi favorecida pelo cenário geopolítico global e pela inflação dos Estados Unidos de fevereiro, com o maior valor em 40 anos. 

    Entretanto, nesta tarde, a moeda norte-americana desacelerou a alta após o Senado aprovar um projeto de lei que cria um fundo de estabilização para os preços dos combustíveis e o texto-base de outro projeto da pauta que altera cobrança do ICMS dos combustíveis.

    Na quarta-feira (9), o dólar teve desvalorização de 0,82%, a R$ 5,012. Já o Ibovespa fechou em alta de 2,43%, aos 113.900 pontos.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • Gerdau (GGBR4) +4,61%;
    • Qualicorp (QUAL3) +4,18%;
    • Petrobras (PETR4) +3,50%;
    • Vale (VALE3) +3,30%;
    • Gerdau (GOAU4) +3,19%

    Maiores baixas

    • Embraer (EMBR3) -14,93%;
    • Grupo Natura (NTCO3) -9,30%;
    • Banco Inter (BIDI11) -7,12%;
    • Gol (GOLL4) -4,95%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) -4,33%

    Inflação nos EUA

    Os preços continuaram subindo no mês de fevereiro nos Estados Unidos, empurrando uma importante medida de inflação para um nível não visto desde janeiro de 1982.

    O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede uma cesta de bens e serviços, ficou em 7,9% nos 12 meses encerrados em fevereiro, sem ajustes sazonais, informou o Centro de Estatísticas Laborais nesta quinta-feira (10). O resultado seguiu as projeções dos economistas.

    Os preços da gasolina, alimentos e habitação – que são gastos necessários e não discricionários – impulsionaram os aumentos em fevereiro.

    Os preços de fevereiro subiram 0,8%, ajustados para variações sazonais, mais do que em janeiro. Só os da gasolina subiram 6,6% e contribuíram com quase um terço do aumento geral da inflação.

    Dessa forma, a alta reforça a aposta no movimento de alta de juros do Federal Reserve previsto para começar na próxima reunião, em março, e pelo comunicado mais duro que o esperado do Banco Central Europeu (BCE) sobre inflação e a política monetária da autarquia.

    Petróleo

    petróleo fechou o segundo dia em queda, a US$ 109, e recuo de 1,63%. Na véspera, a commodity encerrou em forte queda após altas robustas na sessão de terça-feira. A guerra na Ucrânia continuou no foco dos investidores e influenciando os preços.

    André Perfeito, economista-chefe da Necton, afirma que a queda do petróleo ocorre após “notícias apontarem que haverá mais produção de petróleo por países como Iraque para mitigar os efeitos do embargo ao óleo da Rússia”.

    “Vale notar que estamos num período de muita volatilidade e estes movimentos são normais, logo não podemos garantir que será continuada essa queda nas matérias-primas”, diz.

    Os preços do petróleo tiveram alta desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Analistas acreditam que o furor recente pode ser apenas o começo, já que os avisos de US$ 200 por barril começam a se espalhar pelo mercado.

    A commodity atingiu seu nível mais alto desde 2008 na segunda-feira (7), quando os países ocidentais passaram a considerar um embargo ao petróleo da Rússia, o segundo maior exportador do mundo.

    Na terça-feira, o petróleo Brent, que chegou a disparar 8,07%, reduziu o ganho no fechamento para 3,87%, após o anúncio de proibição de importação da commodity russa pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido, o que deve aumentar o choque de oferta do produto nos próximos dias.

    O principal fator para a alta é o descompasso entre oferta e demanda da commodity, com os principais produtores, reunidos na Opep+, ainda não retomando os níveis de produção pré-pandemia, e o quadro foi intensificado com as tensões na Europa.

    Guerra na Ucrânia

    Acompanhe a cobertura ao vivo da CNN sobre o conflito.

    Duas semanas depois que o presidente russo, Vladimir Putin, invadiu a Ucrânia, os “ataques de precisão” da Rússia se tornaram muito menos precisos e suas forças terrestres estão trabalhando para tomar território.

    Na véspera da ofensiva, alguns oficiais dos Estados Unidos previram que a capital Kiev cairia dentro de 48 a 72 horas do início das hostilidades. No entanto, a bandeira azul e amarela da Ucrânia permanece pendurada em seus edifícios.

    Nesta quinta-feira, uma reunião entre os principais diplomatas da Ucrânia e da Rússia não teve avanço na questão de um cessar-fogo de 24 horas para ajuda aos civis.

    Do ponto de vista econômico, o principal acontecimento envolvendo o conflito é a série de sanções anunciadas pelos Estados Unidos e seus aliados ocidentais.

    Dentre elas estão a expulsão de bancos russos do Swift, um sistema global de pagamentos, e o congelamento de reservas do banco central da Rússia.

    Os países que apoiam a Ucrânia já afirmaram que devem implementar novas sanções contra a Rússia, que viu sua moeda, o rublo, despencar e atingir uma mínima histórica.

    Putin, por outro lado, afirmou que as sanções ocidentais contra a Rússia não são legítimas e que os governos estão enganando seu próprio povo. Também destacou que o país resolveria seus problemas com calma.

    O VIX, chamado de “índice do medo” por tentar medir o grau de volatilidade do mercado, recuou e rondou os 32 pontos, após chegar ao maior nível desde setembro de 2020.

    *Com informações de Anneken Tappe, do CNN Business