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    Ibovespa fecha em queda de 0,91% com commodities; dólar fica estável, a R$ 5,18

    Principal índice da B3 terminou aos 102.225,08 pontos, enquanto a moeda norte-americana valorizou 0,09%

    João Pedro MalarArtur Nicocelido CNN Brasil Business* em São Paulo

    O Ibovespa terminou o pregão desta segunda-feira (1º) em queda de 0,91%, aos 102.225,08 pontos.

    O principal índice da bolsa brasileira foi puxado para baixo pelo desempenho negativo de ações ligadas ao minério de ferro e ao petróleo, como Vale e Petrobras, que acompanharam o recuo nas cotações dessas commodities no mercado internacional, devido à perspectiva de uma demanda menor na China após dados de produção industrial.

    O dólar fechou em alta de 0,09%, a R$ 5,177, após oscilar entre variações positivas e negativas.

    A moeda teve um desempenho fraco no exterior, enquanto o mercado manteve apostas em um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos. Além de passar um movimento de leve ajuste ante o real após cair mais de 5% na semana anterior.

    Ao longo desta semana, o foco dos investidores será a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa na próxima terça-feira (2).

    A expectativa é que a taxa básica de juros, a taxa Selic, suba 0,5 ponto percentual, para 13,75%, com os dirigentes do Banco Central indicando o fim do ciclo de elevação de juros no Brasil conforme a inflação dá sinais de queda.

    O Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na sexta-feira (29), o dólar teve alta de 0,21%, a R$ 5,172, encerrando a semana com queda de 5,91%, maior desvalorização registrada no acumulado de cinco dias desde 6 de novembro de 2020.

    Já o Ibovespa subiu 0,55%, aos 103.164,69 pontos no dia, com avanço semanal de 4,29%, melhor desempenho desde março de 2021.

    Minério de ferro

    Os preços do minério de ferro subiram nesta segunda-feira, estendendo os sólidos ganhos da semana passada, estimulados pelas esperanças de aumento dos gastos com infraestrutura e de resgates ao setor imobiliário na China.

    No entanto, dados pouco inspiradores de atividade fabril limitaram os ganhos.

    O contrato de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange da China, para entrega em setembro, encerrou as negociações em alta de 0,8%, a 787 iuanes (US$ 116,55) a tonelada, após atingir seu nível mais forte desde 30 de junho, a 817,50 iuanes.

    Na Bolsa de Singapura, o contrato de setembro do ingrediente siderúrgico subiu 1,2% a us$ 116,40 a tonelada.

    Petróleo

    O petróleo fechou em queda robusta, enquanto o mercado segue na expectativa pela reunião da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), na quarta-feira (3).

    Há temores de que a Opep+ mantenha sua meta de produção, apesar da pressão dos Estados Unidos.

    Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI para setembro fechou em queda de 4,80% (US$ 4,73), a US$ 93,89 – menor valor desde 25 de fevereiro. Enquanto o do Brent caiu 3,80% (US$ 3,94), a US$ 100,03.

    “O petróleo estava sob forte pressão nesta manhã, já que o armazenamento flutuante global aumentou mais de 4% em relação à semana passada e os dados de PMI mais fracos do que o esperado da China deixaram os comerciantes no limite. A produção de petróleo da Líbia também aumentou acima das expectativas agora, acima de 1,2 milhão de barris / dia”, diz Dennis Kissler no BOK Financial.

    O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial oficial da China, medido pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês), fechou julho em 49, marcando queda em relação aos 50,2 da leitura do índice em junho, conforme informou a instituição neste domingo.

    Com o resultado, o PMI ficou abaixo de 50, o que significa contração da atividade no setor.

    Sentimento global

    A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.

    No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.

    O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado permite uma recuperação, mesmo que distante dos níveis do primeiro trimestre de 2022, quando foram beneficiados pelo cenário internacional.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    Maiores altas

    • Magazine Luiza (MGLU3) +5,43%;
    • Locaweb (LWSA3) -5,02%;
    • BRF (BRFS3) +4,76%;
    • Raia Drogasil (RADL3) -3,91%;
    • Qualicorp (QUAL3) -3,15%

    Maiores baixas

    • Braskem (BRKM5) -5,53%;
    • SLC Agrícola (SLCE3) -4,99%;
    • 3R Petroleum (RRRP3) -4,76%;
    • Usiminas (USIM5) -4,76%;
    • CSN (CSNA3) -3,94%

    *Com informações da Reuters e da Agência Estado