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    Bolsa sobe 2%, mas fica no quase e não bate 100 mil pontos; Dólar cai a R$ 5,34

    Depois de registrar queda recorde pela pandemia do novo coronavírus e o isolamento social, as vendas do comércio varejista subiram 13,9% em maio

    Mercado precifica efeitos de uma segunda onda da Covid-19 e seus efeitos potenciais nos investimentos
    Mercado precifica efeitos de uma segunda onda da Covid-19 e seus efeitos potenciais nos investimentos Foto: @nick604/Unsplash

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    Não foi hoje, mas ficou bem perto. O Ibovespa, que é o principal índice da bolsa, subiu 2,05% no pregão desta quarta-feira (8) e encerrou o dia aos 99.769 pontos. Na máxima do dia, a bolsa chegou a bater 99.972 pontos, mas a aceleração não se manteve até o fim do pregão – adando a festa dos coletes. 

    O dólar, por sua vez, fechou em queda de 0,71%, a R$ 5,34. A moeda americana estabilizou o movimento de baixa na parte da tarde em meio a um dia positivo para ativos de risco no exterior e a dados acima do esperado no Brasil, depois de uma manhã de intenso vaivém nos preços.

    A cotação oscilou entre alta de 0,17%, para R$ 5,3947, e queda de 1,24%, a R$ 5,319.

    O otimismo dos investidores foi influenciado pelas boas notícias no mercado interno. Entre os motivos para a alta estão os bons resultados apresentados pelo varejo, que cresceram 13,9% em maio em relação ao mês anterior. Foi mais do que o dobro projetado por especialistas. Além isso,a alta das bolsas lá de fora, especialmente nos Estados Unidos, ajudou a animar ainda mais o pregão de hoje. 

    “O dado reforça a perspectiva de que o mês de abril foi de fato o pior momento em termos de atividade para a economia brasileira”, comentou Felipe Sichel, estrategista-chefe do banco digital modalmais.

    Para o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, os dados referentes a maio e junho, no Brasil e no mundo, têm se mostrado mais positivos que o esperado há um mês, diante das evidências de que a retração da economia no segundo trimestre possa ser menos intensa.

    “No curto prazo, acumulam-se sinais de melhora da atividade e o cenário nos parece assimétrico para cima”, afirmaram os economistas dos bancos, acrescentando, contudo, que ainda há muita incerteza em relação ao médio prazo e que não vislumbram a atividade brasileira voltando ao nível pré-pandemia tão cedo.

    Em ajustes na sua carteira ‘Buy List’, o Itaú BBA disse que estava começando a repensar a longo prazo, à medida que os riscos associados à crise com a pandemia do Covid-19 começam a diminuir, embora ainda vislumbrem riscos de maior volatilidade no exterior e no Brasil.

    Entre as maiores altas do Ibovespa, a B3, com alta de 6,1% aos R$ 60,65, foi um dos grandes destaques. A ação da bolsa atingiu a máxima histórica de fechamento do papel, em meio a perspectivas positivas para o mercado de capitais no Brasil, que tem mostrando, entre outros movimentos, crescimento nas ofertas de ações, em meio a um ambiente de taxas de juros em mínimas históricas.

    Além dela, a Cielo também teve um bom dia, com alta de 5,26%. A empresa de meios de pagamento teve alta embalada pela sinalização mais positiva sobre o consumo no país.

    As altas de Bradesco (3,4%), Itaú (2,16%) e Petrobras (2,46% na ação ordinária e 1,89% na preferencial) também contribuíram bastante para a alta da bolsa. 

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    Dólar a R$ 6?

    O fluxo cambial ao Brasil segue negativo, o que gera ainda mais pressão sobre o dólar. O saldo entre entradas e saídas de dólares pelo câmbio contratado ficou negativo em US$ 398 milhões nos primeiros três dias de julho. Em junho, o saldo foi deficitário em US$ 2,885 bilhões, elevando o rombo no ano a U 12,935 bilhões.

    Em apresentação nesta quarta , o presidente do BC, Roberto Campos Neto afirmou que os fluxos de capitais tendem a se acomodar e melhorar as contas externas do país.

    Porém, para Christopher Lewis, analista do DailyForex, a marca de R$ 5,50 tem oferecido resistência nas últimas semanas. Porém, ele enxerga que há espaço para o dólar subir ainda mais. Segundo ele, é “apenas questão de tempo” antes de a moeda abrir caminho para a região de R$ 5,60 e, eventualmente, para máximas próximas de R$ 6.

    “Acho que o nível de R$ 5 será uma barreira significativa que deveria atrair muita pressão compradora. No fim, acho que neste momento é muito mais fácil comprar o par dólar/real do que vendê-lo, devido a todos os riscos associados ao Brasil e à América Latina”, disse.

    Lá fora

    As ações dos Estados Unidos subiram nesta quarta-feira, e o Nasdaq atingiu uma máxima recorde de fechamento na esteira de alta em ações de tecnologia, com os sinais iniciais de recuperação econômica compensando preocupação sobre mais paralisações em razão de um salto em casos de coronavírus em todo o país.

    Apple, Microsoft e Amazon foram os principais destaques do pregão. Não por acaso, o Nasdaq, que reúne as empresas de tecnologia, teve a maior valorização no dia. O índice Dow Jones subiu 0,68%, para 26.067,28 pontos, o S&P 500 ganhou 0,78%, para 3.169,94 pontos, e o Nasdaq valorizou 1,44%, para 10.492,50 pontos.

    Algo que ainda assusta os investidores é uma possível segunda onda da Covid-19 – algo que vem se tornando cada vez mais possível nos Estados Unidos.

    O número de casos confirmados do novo coronavírus nos EUA ultrapassou 3 milhões, afetando quase um em cada 100 norte-americanos. Califórnia, Havaí, Idaho, Missouri, Montana, Oklahoma e Texas quebraram recordes diários de novas infecções.

    Investidores têm confrontado uma série de dados econômicos positivos – incluindo geração recorde de empregos e uma recuperação no setor de serviços em junho – com o recente aumento nos casos de coronavírus nos EUA.

    “O mercado continua a ignorar as possíveis consequências desses picos em novos casos do coronavírus”, disse Peter Cardillo, economista-chefe de mercado da Spartan Capital Securities, em Nova York.

    * com Reuters

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