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    Tensão entre EUA e China faz dólar disparar; Ibovespa fecha em queda

    Na semana, o dólar teve valorização de 3,72% e volta a ser negociado acima dos R$ 5,40

    Do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    As tensões entre Estados Unidos e China ditaram o tom do mercado nesta sexta-feira. Depois do TikTok, da chinesa ByteDance, o governo americano agora muda o alvo para outra gigante de tecnologia chinesa, a Tencent. E isso traz de volta o componente de incertezas para os investidores quanto ao rumo da economia global.

    O dólar teve forte alta ante o real e fechou a R$ 5,41, uma valorização de 1,3%. Além das incertezas causadas pela relação China-EUA, a taxa Selic em seu menor patamar da história e um dia positivo da moeda americana em todo o mundo explicam a forte valorização.

    Esta é a terceira alta consecutiva do dólar ante o real e o maior ganho semanal da moeda desde a terceira semana de junho. Na semana que se encerra hoje, a cotação ganhou 3,72%. No ano, o dólar salta 34,88%.

    Acompanhando a tendência de cautela, o Ibovespa teve queda de 1,3%, aos 102.775,55. Quedas da Vale, Petrobras e dos bancos privados ajudam a explicar o mau desempenho de hoje. 

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    O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto na quinta-feira (6) que proíbe os aplicativos TikTok e WeChat de operarem no país em 45 dias caso não sejam vendidos pelas empresas chinesas que os controlam. No caso do WeChat, é a Tencent.

    Trump acusa os aplicativos do país asiático de vazarem dados estratégicos dos americanos, deixando o mercado em alerta para seus próximos movimentos. A volta da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo pode derrubar ainda mais a atividade em meio à pandemia.

    Internamente, o mercado assimila a queda na taxa básica de juros para 2% ao ano na última quarta, o aumento no desemprego e os dados de julho do IPCA, que mede a inflação. Divulgado nesta manhã de sexta, o índice subiu 0,36% no mês e acumula 2,31% nos últimos 12 meses.

    No Congresso, o Senado aprovou projeto que limita juros do crédito rotativo a 30% ao ano. A Câmara pode barrar o projeto, mas os investidores também estão de olho em possíveis repercussões das medidas.

    Destaques do mês

    Klabin acumula alta de 11,67% em agosto, embalada pelo lucro operacional medido pelo Ebitda ajustado de 1,3 bilhão de reais entre abril e junho, melhor desempenho trimestral da história da fabricante de papel e celulose. Na esteira dos fortes números da rival, a Suzano acumula elevação de 9,95%.

    Já a Totvs tem valorização de 11,42%, apoiada no resultado trimestral da produtora de softwares de gestão, que mostrou lucro quase estável no segundo trimestre, uma vez que maiores receitas com produtos de computação em nuvem e a forte redução da despesa compensaram os efeitos econômicos da pandemia do coronavírus. A companhia ainda espera um “fim de ano interessante”.

    A brMalls sobe 9,49% na primeira semana do mês, principalmente após resultado do grupo Iguatemi, que mostrou declínio de 14,3% na receita líquida e de apenas 2 pontos percentuais na margem Ebitda, para 71,4%. A Iguatemi avança 6,86% no mês e a Multiplan, que também reportou resultado, valoriza-se 7,85%. A brMalls apresenta seu desempenho trimestral em 13 de agosto.

    O Carrefour tem um declínio de 5,30% neste começo de mês, após forte valorização na última semana de julho ocorrido depois da divulgação de salto de quase 75% no lucro ajustado do segundo trimestre ante mesmo período de 2019. Na ocasião da publicação do balanço, a equipe da XP Investimentos considerou resultado sólido, mas avaliou o múltiplo da companhia como justo e reiterou recomendação ‘neutra’ para as ações. No setor, GPA perde 4,30% no mês.

    Lá fora

    Além das tensões com a China, a criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou consideravelmente em julho em meio ao ressurgimento das infecções de Covid-19, o que fornece a evidência mais clara de que a recuperação econômica da recessão causada pela pandemia está vacilando.

    Com isso, o Nasdaq caiu 1,13%. O S&P 500 andou de lado, com valorização de 0,06% e o Dow Jones subiu 0,17%. 

    As ações europeias fecharam em alta nesta sexta-feira e acumularam ganhos na semana, uma vez que investidores se concentraram em uma temporada de balanços corporativos amplamente favorável e na melhora de dados econômicos na Europa em vez de nas tensões EUA-China.

    O índice pan-europeu STOXX 600 terminou em alta de 0,3%, elevando os ganhos na semana a 2%.

    *Com informações da Reuters

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