Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ibovespa perde fôlego e fecha em queda após protestos nos EUA; dólar sobe

    A bolsa chegou a operar acima dos 120.800 pontos, mas perdeu força depois do início de protestos pró-Donald Trump no Congresso norte-americano

    Manuela Tecchio e Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo



     

    O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (6), com investidores de olho no cenário internacional. O principal índice da bolsa brasileira fechou em queda de 0,23%, aos 119.100 pontos. 

    A bolsa chegou a operar acima dos 120.800 pontos, mas perdeu força depois do início de protestos pró-Donald Trump no Congresso norte-americano. Manifestantes armados invadiram o Capitólio para questionar resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos. 

    Enquanto isso, o dólar à vista subiu 0,74%, a R$ 5,3035 na venda, voltando a ganhar tração no fim da tarde conforme os mercados pioraram o sinal diante das tensões nos Estados Unidos. A alta da moeda aconteceu mesmo após intervenção do Banco Central. 

    Ao mesmo tempo, os mercados reagem ao resultado das eleições para o Senado do país. De acordo com projeções das redes de televisão locais e da Edison Research, o democrata Raphael Warnock venceu a republicana Kelly Loeffler em uma das duas disputas na Geórgia, colocando o partido à frente na corrida pela última cadeira da Casa.

    Um Senado controlado pelos democratas dará mais espaço ao presidente eleito Joe Biden para agir com seus planos de reforma, o que inclui aumento dos gastos fiscais e possivelmente taxas corporativas mais altas.

    Leia também:
    Perspectivas 2021: O dólar pode voltar para a casa dos R$ 4? Depende do governo
    Desalinhamento cambial persistirá em 2021 após tombo do real em 2020

    Analistas entendem que um Senado controlado pelos democratas será positivo para o crescimento econômico a nível global e, portanto, para a maioria dos ativos arriscados, mas negativo para títulos do tesouro americano e para o dólar, já que o o déficit comercial e os gastos do governo devem aumentar ainda mais.

    Na bolsa brasileira, o dia foi positivo para as empresas ligadas a commodities. Com a alta do preço do minério de ferro, as ações da Gerdau (GGBR4) lideraram os ganhos do índice, com valorização de 4,95%.  Usiminas (USIM5) avançou 4,11% e CSN (CSNA3) teve valorização de 4,05%.  As ações da Bradespar (BRAP4), que tem participação na Vale, subiram 4,72%. 

    Na outra ponta, o mercado penalizou as ações ligadas ao consumo e os papéis da B2W (BTOW3) tiveram a maior queda do dia, com desvalorização de 6,93%. As ações da Lojas Americanas (LAME4), caíram 5,74% e Magazine Luiza (MGLU3) recuou 5,33% 

    No Brasil, após contradições sobre o estado de saúde da economia do país, o ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu interromper as férias e participar pessoalmente da reunião que o presidente Jair Bolsonaro terá com ministros nesta quarta-feira (6).

    Mas ontem, todos os ministros receberam ligação do Planalto com o convite para a primeira reunião do ano com Bolsonaro.

    A apoiadores, Bolsonaro afirmou que o país está quebrado e que não pode fazer nada, se referindo a ideias de governo que não andam. Em contraponto, o ministro Guedes afirmou nesta terça-feira à analista Thaís Arbex que a economia brasileira está se recuperando em “V”, expressão utilizada para diagnosticar uma economia que caiu mas retomou o crescimento rapidamente.

    Na reunião desta quarta-feira, além de Guedes, os ministros da Comunicação, Educação, Agricultura e Saúde confirmaram presença.

    Bolsas internacionais

    Os principais índices acionários dos Estados Unidos fecharam com sinais mistos após perderem fôlego com o protesto violento no Capitólio. 

    O índice Dow Jones subiu 1,41%, a 30.829 pontos, enquanto o S&P 500 ganhou 0,57%, a 3.748 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,61%, a 12.740 pontos.

    As ações europeias avançaram nesta quarta-feira depois que uma segunda vacina contra a Covid-19 obteve aprovação do órgão regulatório local, enquanto as apostas aumentaram por um maior estímulo fiscal dos Estados Unidos à medida que os democratas se aproximavam da vitória no Senado.

    O índice pan-europeu STOXX 600 subiu 1,4%, para o seu nível mais alto desde o fim de fevereiro de 2020, enquanto o FTSE 100 do Reino Unido teve alta de 3,5% e o DAX da Alemanha ganhou 1,8%.

    As bolsas da Ásia encerraram a sessão desta quarta-feira (6) sem direção única. Na China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,63%, a 3.550,88 pontos e o Shenzhen avançou 0,26%, a 15.187,61 pontos. O Hang Seng, de Hong Kong, fechou em alta de 0,15%, a 27.692,30 pontos. 

    De olho no aspecto negativo do noticiário, o índice Nikkei, da bolsa de Tóquio, fechou o dia em queda de 0,38%, a 27.055,94 pontos, assim como o Kospi, de Seul, que baixou 0,75%, a 2.968,21. Na Oceania, o índice S&P/ASX, da bolsa de Sidney, cedeu 1,12%, a 6.607,10 pontos.

    (Com Reuters)