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    Dólar fecha com nova alta, de 0,44%, a R$5,69; Ibovespa encerra em queda de 0,39%

    Índice da bolsa brasileira cai pelo segundo dia seguido, se descolado das bolsas no exterior

    Do CNN Brasil Business Em São Paulo

    O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou sua segunda queda em 2022 nesta terça-feira (4), em meio a um pregão sem direção única para as bolsas dos Estados Unidos e à manutenção de incertezas fiscais no cenário doméstico.

    De acordo com dados preliminares, o Ibovespa caiu 0,39%, a 103.515,10 pontos. O volume financeiro foi de R$ 23,2 bilhões.

    As ações de bancos e de empresas ligadas à commodities voltaram a subir, enquanto papéis relacionados ao consumo interno e ao setor de tecnologia cederam, com alta dos juros futuros no Brasil e do rendimento dos títulos do governo dos EUA de pano de fundo.

    Já o dólar engatou nova alta nesta terça-feira (4), chegando a superar R$ 5,70 e oscilando em sintonia com os movimentos da moeda norte-americana no exterior, em um dia de volatilidade conforme investidores colocaram na balança riscos da pandemia e perspectivas de altas de juros nos Estados Unidos.

    O dólar à vista subiu 0,44%, a R$ 5,6897 na venda. A moeda variou entre R$ 5,7121 (+0,84%) e R$ 5,6381 (-0,47%).

    A taxa de câmbio no Brasil operou em linha com as flutuações do dólar no exterior. O índice da moeda contra uma cesta de pares de mercados desenvolvidos chegou a subir 0,27% e a cair 0,19%.

     

     

    Mais cedo, a divisa norte-americana avançava contra outras moedas de países emergentes, como rand sul-africano, peso mexicano e peso chileno.

    Segundo agentes do mercado, a ampla força do dólar refletia salto nos rendimentos dos títulos norte-americanos em meio a apostas de que o banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve, elevará os juros algumas vezes este ano.

    No exterior, os índices nos Estados Unidos renovaram as máximas na segunda-feira (3). Investidores esperam a ata do banco central americano, sobre decisão de juros, que vai sair na quarta-feira (5), mas ontem o PMI industrial veio abaixo do esperado, indicando que a economia americana não está tão forte.

    Os dados podem levar o Federal Reserve a retirar estímulos e subir os juros de forma mais suave.

    Empresas de tecnologia divulgaram bons resultados e subiram forte no pregão de ontem. O destaque foi a Apple, que subiu 2,5% e se tornou a primeira empresa a atingir a marca de US$ 3 trilhões em valor de mercado.

    A variante Ômicron da Covid-19 segue no radar. O mundo bateu recorde de casos diários, ao registrar 2,4 milhões de infecções. Só na última segunda-feira, os Estados Unidos registraram mais de 1 milhão de casos.

    Apesar das restrições e explosões de caso, as bolsas seguem subindo, porque o número de mortes tem caído, indicando que a pandemia pode estar entrando em uma fase menos letal.

    O mercado fica de olho também na relação entre a China e os Estados Unidos. Os chineses não cumpriram metas de um acordo comercial feito com os americanos em 2020, mas analistas acham que o presidente Joe Biden não deve escalar as tensões.

    Brasil

    Vindo para o Brasil, o Ibovespa vem descolando das bolsas internacionais desde a véspera, quando teve seu primeiro pregão do ano. Pesou para o índice a alta na curva de juros, depois que o mercado aumentou previsão para a inflação de 2023 no Boletim Focus, para 3,41%.

    As falas do líder do governo na Câmara dos Deputados também pesaram. Ricardo Barros (PP-PR) criticou o teto de gastos, dizendo que o governo tem excesso de arrecadação, e defendeu mais gastos com reajustes de servidores.

    Servidores do orçamento e do Banco Central decidiram aderir à paralisação do dia 18 e articulam entrega de cargos de chefia para pressionar por reajuste de salário. A adesão de novas categorias ao movimento do funcionalismo federal reforça o clima de incerteza e de pressão sobre gastos públicos.

    Investidores também monitoram o estado de saúde do presidente Jair Bolsonaro(PL). A Secretaria de Comunicação do Governo acabou de divulgar um boletim dizendo que o quadro de obstrução intestinal do presidente se desfez. Com isso, não há necessidade de cirurgia, mas ainda não há previsão de alta.

    *Com informações da Reuters e de Priscila Yazbek, da CNN