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    Ibovespa sobe e dólar fecha estável com trégua em receio fiscal; exterior pesa

    O movimento do câmbio nesta quinta foi na direção contrária do da véspera, quando, na reta final do pregão, o dólar despencou das máximas

    Matheus Prado e Leonardo Guimarães, do CNN Brasil Business, em São Paulo*

    O dólar à vista encerrou a quinta-feira (4) com variação negativa de 0,01%, a R$ 5,6617 na venda. A moeda sofreu uma nova virada, chegando a operar em alta na última hora de negócios depois de passar a sessão inteira em queda, com a pressão do cenário externo neutralizando repercussão positiva da aprovação da PEC Emergencial com limites de gastos, que aliviou temores sobre a trajetória das contas públicas.

    O movimento do câmbio nesta quinta foi na direção contrária do da véspera, quando, na reta final do pregão, o dólar despencou das máximas, após garantias do presidente da Câmara de que o Congresso respeitaria o teto de gastos.

    Na B3, o Ibovespa fechou em alta de 1,35%, para 112.690 pontos. O principal índice da bolsa chegou a subir mais de 2% no fim da manhã, mas perdeu força depois que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que a economia dos EUA tem um longo caminho até a recuperação completa. 

    Investidores também reagiam a uma série de desdobramentos políticos que ocorreram entre a noite de quarta (3) e a tarde de hoje em Brasília e acalmaram algumas preocupações do mercado.

    Gráfico Bolsa
    Foto: Jose Manuel Ribeiro/Reuters

    Além do governo decidir, por fim, comprar as vacinas disponíveis da Pfizer e da Janssen, o Senado aprovou a PEC Emergencial, que trata de questões fiscais e abre espaço para a volta do auxílio emergencial.

    O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também tratou de acalmar os investidores ao dizer que não há risco de furar o teto de gastos.

    “A reação do mercado financeiro aos sinais de que o teto não seria furado é o sinal mais claro de que a perspectiva dos investidores é pautada principalmente pelo longo, e não curto prazo”, avaliou em nota Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset.

    “Sem tais limites, os gastos assistenciais seriam praticamente ilimitados, às custas das já pioradas contas públicas e da forte limitação das fontes de arrecadação do governo.”

    Lá fora

    Wall Street terminou em queda acentuada nesta quinta-feira, com o índice Nasdaq acumulando baixa de cerca de 10% em relação ao recorde de fevereiro, após comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, decepcionarem investidores preocupados com o aumento dos rendimentos dos títulos de longo prazo dos EUA.

    O Dow Jones caiu 1,11%, aos 30.924 pontos. O S&P 500 perdeu 1,28%, para 3.770 pontos. O Nasdaq Composite desceu 2,11%, para 12.723 pontos.

    O número de norte-americanos que entraram com novos pedidos de auxílio-desemprego subiu na semana passada. 

    Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego totalizaram 745 mil em dado ajustado sazonalmente na semana encerrada em 27 de fevereiro, em comparação com 736 mil na semana anterior, disse o Departamento do Trabalho dos EUA nesta quinta-feira.

    Economistas consultados pela Reuters previam 750 mil solicitações na última semana. 

    Já as ações europeias encerraram em queda nesta quinta-feira, com nova alta nos yields dos Treasuries golpeando o apetite por risco, enquanto papéis dos setores de mineração e tecnologia lideraram as perdas.

    O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 0,4%, com o índice de empresas mineradoras o de maior queda entre os setores europeus.

    As bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta quinta-feira (4), seguindo o comportamento de Wall Street, à medida que os rendimentos dos Treasuries voltaram a subir, realimentando temores de que um salto na inflação possa levar banco centrais a elevar juros. Assim como em Nova York, as ações de tecnologia sofreram as maiores perdas na Ásia.

    O índice acionário japonês Nikkei caiu 2,13% em Tóquio hoje, a 28.930,11 pontos, enquanto o Hang Seng recuou 2,15% em Hong Kong, a 29.236,79 pontos, o sul-coreano Kospi se desvalorizou 1,28% em Seul, a 3.043,49 pontos, e o Taiex registrou queda de 1,88% em Taiwan, a 15.906,41 pontos.

    Na China continental, o Xangai Composto teve baixa de 2,05%, a 3.503,49 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto recuou 2,90%, a 2.294,67 pontos.

    Ontem, as bolsas de Nova York encerraram o pregão em terreno negativo, após os retornos dos Treasuries retomarem sua recente trajetória de alta, gerando preocupações de que a inflação ganhará força em meio à recuperação da economia global, diante de novos estímulos fiscais nos EUA e do avanço global da vacinação contra a Covid-19, e levará bancos centrais a rever suas políticas ultra-acomodatícias e, possivelmente, voltar a elevar juros.

    Formado em boa parte por ações de tecnologia, o Nasdaq registrou a queda mais acentuada em Nova York ontem, de 2,70%, o que acabou pressionando ações do setor negociadas na Ásia. Em Tóquio, por exemplo, SoftBank e Renesas Electronics sofreram tombos de 5,2% e 4,3% nesta quinta, respectivamente. Já no mercado sul-coreano, a Samsung Electronics recuou 1,9%.

    Na Oceania, a bolsa australiana também foi tomada pela onda de mau humor disparada pelos Treasuries, e o S&P/ASX 200 caiu 0,84% em Sydney, a 6.760,70 pontos.

    (*Com Reuters e Estadão Conteúdo)