Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Selic em 10,5%: Santander vê impacto em varejistas e ações caem

    Mercado e economistas veem interrupção de cortes nos juros em 2024

    João Nakamurada CNN , São Paulo

    As expectativas sobre os juros no Brasil vêm se deteriorando nas últimas semanas, e os efeitos já ressoam no mercado financeiro, sobretudo no varejo, um dos sensores mais sensíveis ao movimento das taxas.

    Os agentes acreditam que o ciclo de cortes na Selic se encerrou — pelo menos neste ano. De acordo com o Boletim Focus publicado nesta segunda-feira (17), a taxa deve se manter no atual patamar de 10,5% até o fim de 2024.

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) volta a se reunir a partir desta terça-feira (18). Na quarta (19), será divulgada a decisão do comitê sobre o patamar dos juros.

    Com os juros elevados, a expectativa do Santander é de que haja um impacto negativo entre algumas varejistas, principalmente no Magazine Luiza (MGLU3) e Casas Bahia (BHIA3), esta última fora do Ibovespa.

    “Empresas com maior alavancagem são as que podem enfrentar uma pressão maior decorrente de suas despesas financeiras, assim como aquelas cujas margens ainda estão sob pressão”, aponta a equipe de análise do banco de origem espanhola em relatório.

    A rede de farmácias Pague Menos (PGMN3), também fora do principal índice do mercado doméstico, fecha o pódio das mais impactadas pela Selic a 10,5%, segundo o Santander.

    As ações da Magalu encerraram o dia com perda de 3,93%, enquanto Carrefour (CRFB3) e Assaí (ASIA3) recuaram 3,89% e 3,43%, respectivamente.

    Já os papéis das Casas Bahia recuaram 7,07%, e Pague Menos perderam 1,79%.

    Na semana passada, o mercado ainda contava com um corte de 0,25 ponto percentual na Selic este ano. Contudo, a perspectiva vem se deteriorando com a incerteza dos investidores sobre a responsabilidade fiscal do governo federal.

    O temor sobre o cenário doméstico já vinha sendo alertado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) como um potencial obstáculo para a queda dos juros.

    “O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, aponta a ata da última reunião da diretoria.

    Na ocasião, a alta cúpula do Banco Central optou por frear o ritmo de corte de juros.

    Com Reuters

    Tópicos