Minério de ferro recua após China indicar continuidade de política Covid-zero
"Parece que qualquer mudança na política de Covid-zero só acontecerá quando as autoridades estiverem convencidas de que as mutações são menos virulentas", avaliam analistas
Os contratos futuros de minério de ferro registraram perdas nesta sexta-feira (29), já que a China indicou que controlar os surtos de Covid-19 ainda era uma prioridade, embora no acumulado da semana o ingrediente siderúrgico permanecido no caminho para a maior alta desde março.
O contrato de minério de ferro mais negociado em setembro na Bolsa de Singapura caiu 3,7%, a US$ 114,30 a tonelada, após ter atingido na sessão anterior seu maior nível desde 30 de junho, a US$ 119,90.
Na bolsa de commodities de Dalian da China, o minério de ferro em setembro encerrou as negociações em alta de 1,8%, a 782 iuanes (US$ 116,11) a tonelada, abaixo do pico de quatro semanas de quinta-feira, de 798,50 iuanes.
A China está aderindo à sua política “dinâmica Covid-zero”, disse a mídia estatal após uma reunião do Partido Comunista na última quinta-feira.
“Parece-nos que qualquer mudança na política de Covid-zero só acontecerá quando as autoridades estiverem convencidas de que as mutações são menos virulentas e as vacinas/medicamentos são comprovadamente mais eficazes. É improvável que aconteçam no curto prazo”, disseram analistas do ANZ em nota.
Os mercados de minério de ferro e aço sofreram perdas no segundo trimestre, uma vez que os lockdowns da Covid-19 na China reduziram a demanda no maior produtor e consumidor de aço do mundo.
Mas o minério de ferro se recuperou esta semana, com o material com teor de 62% ganhando cerca de 15% no mercado spot na quinta-feira, a US$ 117,50 por tonelada, em resposta à ampliação das margens do aço e otimismo sobre as perspectivas de demanda nos próximos meses.
Já na sexta-feira, a cotação baixou US$ 0,50, a US$ 117.